Panorama internacional

Novo livro branco do Japão chama China, Coreia do Norte e Rússia de 'ameaças à ordem internacional'

O governo do Japão publicou seu livro branco da defesa anual, no qual define alguns países da região como ameaças, incluindo a China. A chancelaria chinesa criticou as declarações contidas no relatório.
Sputnik
Japão designou a China, Coreia do Norte e a Rússia como principais ameaças de segurança, informou na sexta-feira (22) a agência britânica Reuters citando o recém-publicado livro branco anual japonês.
A publicação do Ministério da Defesa do Japão descreve um ambiente de segurança internacional tenso, em que "as rivalidades políticas, econômicas e militares entre as nações são claras, e o desafio à ordem internacional é uma questão global".
O relatório condena a operação militar especial da Rússia na Ucrânia, que também vê como precedente para a China ocupar eventualmente Taiwan. Pequim considera Taipé uma província renegada que um dia se reunificará com a China continental e insta os EUA a cumprir o princípio de Uma Só China, reconhecido por Washington nos anos 1970.
O livro branco procura aumentar o apoio público para o aumento do orçamento militar, que é planejado crescer duas vezes durante os próximos dez anos.
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Atualmente o Japão gasta 0,95% do seu orçamento em despesas militares, menos que os seus vizinhos na região, os países do G7 e a Austrália, escreve a Reuters, citando estimativas da OCDE.

China critica relatório militar do Japão

A China já respondeu às declarações contidas no documento japonês.

"O novo livro branco da defesa do Japão contém acusações infundadas contra a política de defesa da China, o desenvolvimento de defesa normal e a atividade legítima no mar, exagera propositadamente a chamada 'ameaça chinesa'", disse nesta sexta-feira (22) Wang Wenbin, porta-voz do Ministério das Relações chinês, em uma coletiva de imprensa, acrescentando que Tóquio também se intromete nos assuntos internos da China sobre a questão de Taiwan.

"A China deplora fortemente e rejeita isso firmemente. Fizemos advertências severas ao lado japonês", continuou ele.
Em junho, Fumio Kishida, primeiro-ministro do Japão, afirmou que o país está em uma linha de frente cercada por atores com armas nucleares. Seu Partido Liberal Democrata (PLD) definiu que os gastos militares nacionais devem atingir 2% do PIB, o limite mínimo não vinculativo da OTAN, apesar de o Japão não fazer parte do bloco militar. Isso tornaria o orçamento militar japonês o terceiro maior do mundo, apenas menor que os dos EUA e da China.
Nos últimos anos o Japão reforçou as atividades militares relacionadas com o Quad, um agrupamento militar compartilhado com a Austrália, EUA e a Índia, que tem sido descrito como tendo um foco antichinês, e com alguns outros países, em tentativa de contrariar semelhantes ações da Rússia e da China e testes de mísseis conduzidos pela Coreia do Norte.
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