A emissora CNN informou neste sábado (23), citando fontes do FBI, que a gigante chinesa Huawei pode ter espionado e interrompido as comunicações em bases militares dos EUA, incluindo aquelas que abrigam mísseis nucleares.
Ontem (22), foi noticiado pela Reuters que o governo dos EUA buscar remover todos os equipamentos de telecomunicações da Huawei das torres de telefonia do país.
Até 2021, a empresa tinha seus equipamentos instalados em cerca de mil torres, cobrindo uma área ao longo das fronteiras de Wyoming, Nebraska e Colorado, que abriga um denso aglomerado de silos de mísseis nucleares.
A Comissão Federal de Comunicações norte-americana alertou aos legisladores que retirar os equipamentos da empresa chinesa custaria até US$ 4,98 bilhões (R$ 27,37 bilhões).
De acordo com a CNN, o FBI acredita que a Huawei foi capaz de coletar e interromper as comunicações do Pentágono, disseram fontes anônimas à CNN.
Quando o FBI investigou essa proliferação de equipamentos, foi revelado pela imprensa dos EUA que câmeras meteorológicas e de trânsito da Huawei também haviam sido instaladas, e um relatório da agência alega que esses dados foram enviados de volta à China.
O Comando Estratégico dos Estados Unidos, assim como o comando encarregado da dissuasão nuclear dos EUA e das forças de ataque globais, pode ter suas comunicações interrompidas, acrescentaram as fontes.
Ainda não está claro se algum dado foi realmente interceptado pelas torres da Huawei, tampouco se algum foi enviado de volta para Pequim. O governo chinês nega persistentemente usar as empresas de tecnologia do país para espionar o Ocidente.
A Huawei disse à emissora norte-americana que todos os seus produtos importados para os EUA atendem às especificações da entidade reguladora do país.
As acusações ocorrem em um momento de crescente competição entre os EUA e a China. Enquanto o diretor do FBI, Christopher Wray, alerta os líderes empresariais ocidentais que Pequim está envolvida em espionagem, a China condena a aproximação entre Washington e Taiwan.