O Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Norte criticou Washington e Seul por "realizar continuamente vários exercícios de guerra nominais", apontando que tais movimentos podem levar a um novo conflito armado na península coreana, relatou a agência sul-coreana Yonhap.
Durante sua turnê pela Ásia, em maio passado, o presidente dos EUA, Joe Biden, concordou com seu colega sul-coreano Yoon Suk-yeol em "expandir o escopo e a magnitude dos exercícios militares combinados e treinamento na península da Coreia". Os próximos exercícios conjuntos estão previstos para o mês de agosto.
"Ninguém pode prever quando os exercícios militares, que estão sendo realizados sob todos os tipos de pretextos, podem levar a uma segunda Guerra da Coreia", disse o Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Norte em comunicado divulgado na terça-feira (26), às vésperas do aniversário do fim da Guerra da Coreia (1950-1953), que é comemorado nesta quarta-feira (27).
Pyongyang enfatizou que "a situação de segurança na península coreana está se deteriorando extremamente", referindo-se à recente participação dos caças F-35A da Força Aérea dos EUA em exercícios conjuntos com a Coreia do Sul e as manobras para helicópteros de ataque sul-coreanos de grande escala disparando munição ao vivo.
"Os exercícios militares conjuntos EUA-Coreia do Sul, que estão ocorrendo ao longo do tempo, estão exalando um forte cheiro de pólvora, exacerbando a situação na Península Coreana e criando uma séria ameaça à segurança do nordeste da Ásia", disse o ministério. "O exercício militar conjunto entre os Estados Unidos e seus apoiadores é um dos fatores básicos para que a situação na península coreana se deteriore", acrescentou.
Além disso, o Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Norte classificou os EUA, em um artigo separado, como "o maior reino de hackers do mundo" e um "estado cibercriminoso sem precedentes".
Pyongyang alertou repetidamente que os EUA e a Coreia do Sul vão enfrentar "consequências não intencionais" no caso de uma nova escalada das tensões com a Coreia do Norte.