Segundo a edição alemã, as pesquisas realizadas nos últimos meses pela empresa Forsa demonstram que os moradores do Ocidente e do Leste da Alemanha avaliam a situação na Ucrânia de maneira "completamente diferente". Assim, conforme os resultados da pesquisa, na parte oriental do país são em maior número os que acham que o apoio alemão à Ucrânia é excessivo. Ao mesmo tempo, na parte ocidental só um quinto da população (cerca de 18%) tem essa opinião.
Desse modo, de acordo com o Der Tagesspiegel, o principal ponto de divisão entre o Ocidente e o Leste é o fornecimento de armas à Ucrânia. Em todas as pesquisas a partir do início de maio, de 54% a 61% dos alemães ocidentais têm se manifestado a favor do fornecimento de armas pesadas alemãs a Kiev, enquanto só cerca de 34% da população do Leste do país têm a mesma opinião.
Dessa maneira, a diferença de pontos de vista nas duas partes do país sobre o fornecimento de armas a Kiev em média é de 26%, conclui a edição.
Entretanto, a economia alemã está atravessando uma das crises mais graves na sua história: assim, de acordo com o subdiretor-geral do Fundo de Segurança Nacional Energética da Rússia, Aleksei Grivach, é muito provável que muitos países da União Europeia, inclusive a Alemanha, entrem em recessão após a implementação do plano da UE de reduzir o consumo de gás.
Em meio à operação militar especial na Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro, os EUA e os seus aliados da OTAN estão fornecendo grandes quantidades de armas à Ucrânia. Em junho, no site do governo alemão foi publicada a lista de armas entregues a Kiev, junto com os equipamentos bélicos que o país ainda planeja fornecer, em particular 30 viaturas blindadas de combate antiaéreo Gepard, três lançadores múltiplos de foguetes MARS, sistemas de defesa aérea IRIS-T e 54 veículos blindados M-113, que vão ser fornecidos através da Dinamarca com financiamento da Alemanha.
Anteriormente, a Rússia enviou uma nota de protesto aos países da OTAN devido à entrega de armas a Kiev. O chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov, salientou que quaisquer cargas com armas destinadas ao Exército ucraniano se tornariam um alvo legítimo para as tropas russas. O Ministério das Relações Exteriores russo têm repetidamente afirmado que os países da aliança estão "brincando com o fogo".