Tallinn lançou na quinta-feira (28) outro pacote de sanções contra Moscou por sua operação militar especial na Ucrânia, proibindo os cidadãos russos de obter vistos e autorizações de residência para fins de estudo e solicitar empregos de curto prazo sem um visto estoniano válido.
"Como regra básica, a entrada de cidadãos russos na Europa deve ser bloqueada, e a Estônia fará essa proposta. No final de agosto me reunirei com ministros das Relações Exteriores de outros países europeus em Praga, e então apresentarei um plano para restrições em toda a Europa", disse Reinsalu em entrevista à emissora Vikerraadio.
Segundo Reinsalu, a Estônia poderia aplicar a regra já em vigor na Letônia, que obriga os cidadãos russos que entram no país a declarar na fronteira que condenam as ações da Rússia na Ucrânia.
"Esse princípio também pode ser estendido à obtenção da cidadania estoniana por meio da naturalização", acrescentou o ministro.
Reinsalu também disse que os vistos estonianos emitidos anteriormente e ainda válidos devem ser revogados, apesar de tais medidas nunca terem sido tomadas antes, acrescentando que mais de 50.000 vistos Schengen válidos foram emitidos para cidadãos russos na Estônia, o que é "demais".
Na quinta-feira, a Comissão da União Europeia (UE) disse que os países da UE não podem parar completamente de emitir vistos Schengen para cidadãos russos, acrescentando, no entanto, que os Estados-membros da UE podem decidir por si mesmos sobre a emissão de vistos Schengen de curto prazo e considerar cada solicitação individualmente.
A partir de hoje, vários Estados da UE já limitaram a emissão de vistos Schengen a cidadãos russos, incluindo República Tcheca, Estônia, Letônia, Lituânia, Romênia, Polônia, Países Baixos, França, Grécia e Espanha.
No início da semana, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que Moscou esperava a "sobriedade" do pensamento da UE sobre a questão dos vistos Schengen para os russos, mas não excluiu "ações emocionais".