Panorama internacional

Lavrov diz a secretário dos EUA que entregas de armas do Ocidente à Ucrânia só prolongam conflito

Em uma conversa cuja iniciativa partiu de Washington, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse ao secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, que o fornecimento de armas por parte do Ocidente à Ucrânia apenas prolonga o conflito. A ligação entre as duas autoridades ocorreu nesta sexta-feira (29).
Sputnik
Os dois representantes dos países não mantinham conversas desde o início da operação militar especial da Rússia na Ucrânia, desencadeada em 24 de fevereiro.
Segundo o ministério russo, Lavrov pontuou a Blinken que as relações diplomáticas e bilaterais entre os países precisam se normalizar.

"Foi realizada uma troca de pontos de vista sobre os problemas das relações bilaterais, que precisam urgentemente de normalização", disse a pasta, em comunicado.

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O ministério observou que Lavrov "delineou as abordagens de princípios da Rússia à luz da operação militar especial em andamento nos territórios da República Popular de Donetsk [RPD], da República Popular de Lugansk [RPL] e da Ucrânia, enfatizando que suas metas e objetivos serão alcançados".
Lavrov também disse a Blinken que as Forças Armadas da Rússia estavam observando rigorosamente as normas do direito internacional durante a operação especial na Ucrânia.
O chanceler apontou que o fornecimento de armas ocidentais à Ucrânia estava apenas estendendo o conflito, prolongando a agonia do regime de Kiev e multiplicando as baixas.

"Chamou-se a atenção do secretário de Estado para o fato de que o contínuo bombardeio das Forças Armadas da Ucrânia e dos batalhões nacionalistas com armas dos EUA e da OTAN [Organização do Tratado do Atlântico Norte], amplamente utilizadas contra a população civil, apenas prolonga a agonia do regime em Kiev, prolongando o conflito e multiplicando as vítimas", informou o Ministério das Relações Exteriores da Rússia.

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Troca de prisioneiros entre EUA e Rússia

O objetivo da ligação proposta pelos Estados Unidos era negociar uma troca dos prisioneiros americanos Paul Whelan e Brittney Griner, presos na Rússia, pelo traficante de armas Viktor Bout, cidadão russo que está cumprindo pena em um presídio no estado de Illinois.
Sobre a possível troca de presidiários, Lavrov pediu que os EUA retornem à "diplomacia silenciosa".
"Em relação à possível troca de cidadãos russos presos, os Estados Unidos foram instados pelo lado russo a retornar a um diálogo profissional no modo 'diplomacia silenciosa', sem recheio especulativo da mídia", disse o ministério.
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As negociações sobre a troca de prisioneiros entre a Rússia e os Estados Unidos estão sendo conduzidas, mas ainda não há um resultado concreto, disse a representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova.
Blinken, por sua vez, disse que teve uma "conversa franca" com o ministro das Relações Exteriores da Rússia.

"Falei com o chanceler russo Lavrov. Tivemos uma conversa franca e direta. Pressionei o Kremlin a aceitar a proposta substancial que apresentamos sobre a libertação de Paul Whelan e Brittney Griner", afirmou Blinken.

Críticas a uso político da crise alimentar global

Na conversa, o acordo selado entre Rússia e Ucrânia em Istambul, na Turquia, foi detalhado por Lavrov a Blinken.
Segundo o ministro russo, as sanções contra o Kremlin têm impacto direto na situação da crise alimentar mundial, acrescentando que é inaceitável o uso disso para fins políticos.
"A situação no quesito de garantir a segurança alimentar global foi cuidadosamente considerada. Antony Blinken foi informado sobre os detalhes do acordo, assinado em 22 de julho em Istambul, sobre o transporte de grãos ucranianos dos portos do mar Negro e sobre a facilitação das exportações russas de alimentos e fertilizantes", disse o ministério em comunicado.

"O ministro enfatizou que a situação estava sendo complicada pelas sanções dos EUA, e as promessas dos EUA de fornecer isenções apropriadas para o fornecimento de alimentos russos ainda não foram implementadas. Foi apontado que o uso desse problema pelo Ocidente como um todo, dentro de seus interesses geopolíticos, era inaceitável."

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