O Tribunal Superior de Londres, Reino Unido, negou na sexta-feira (29) o pedido de Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, para recuperar o acesso às reservas de ouro guardadas no Banco da Inglaterra.
A posse do ouro do Banco Central da Venezuela (BCV), que vale US$ 1 bilhão (R$ 5,18 bilhões) é contestada por Juan Guaidó, opositor que tem sido apoiado pelos EUA e o Reino Unido em lugar de Nicolás Maduro como presidente legítimo da Venezuela, escreve na sexta-feira (29) a agência britânica Reuters. Tanto Guaidó como Maduro nomearam pessoas diferentes para liderar o BCV.
"Concluí [...] que o Conselho Guaidó teve sucesso: que os julgamentos do STJ [Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela, na sigla em espanhol] não são capazes de ser reconhecidos", disse o juiz do caso.
A equipe de Guaidó afirmou que Caracas pretende usar o dinheiro para pagar a seus aliados estrangeiros, enquanto a equipe de Maduro tem garantido que o dinheiro seria gasto em financiar a resposta pandêmica do governo e reforçar um sistema de saúde atingido por anos de crise econômica.
20 de dezembro 2021, 19:55
Enquanto a equipe de Guaidó saudou a decisão, o grupo de Maduro a lamentou como "desafortunada" por se basear no reconhecimento de uma pessoa sem poder efetivo na Venezuela.
Assim, os advogados do BCV referiram que poderiam recorrer da decisão.
No início de 2019 o Reino Unido e dezenas de outros países reconheceram Juan Guaidó, então autoproclamado presidente interino, como líder legítimo da Venezuela, com o último pedindo ao Banco de Inglaterra que não desse o ouro a Maduro. Já o chefe de Estado eleito em 2018 processou o banco para recuperar o acesso aos fundos.