Joe Biden, presidente dos EUA, tem de deixar claro à China que qualquer agressão que acontecer contra Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Representantes americana, será basicamente uma declaração de guerra, declarou na sexta-feira (29) um legislador republicano do estado da Flórida.
A possível visita a Taiwan da segunda mais alta funcionária americana na linha de sucessão a Biden, apenas atrás da vice-presidente Kamala Harris, tem sido contestada por Pequim, que prometeu uma resposta determinada caso os EUA continuem violando o princípio de Uma Só China com a visita de Pelosi.
"Mais uma vez, vemos a Casa Branca de Biden falhando em ser clara sobre o que os Estados Unidos consideram aceitável e inaceitável, e neste caso precisamos deixar claro que, se houver algum dano à presidente [da Câmara dos Representantes] Pelosi e sua viagem a Taiwan, isso equivale a uma declaração de guerra", disse o ex-militar Michael Waltz ao canal Fox News.
"É esse o tipo de clareza que precisamos do comandante-chefe neste momento, e nós simplesmente não a estamos recebendo", lamentou, sugerindo que Biden tome uma postura muito mais assertiva contra a China.
Para ele, o cancelamento da visita de Pelosi seria uma vitória de propaganda para Xi Jinping, presidente da China, e uma mensagem à Austrália, Coreia do Sul e Japão de que os EUA podem não acorrer em sua ajuda se também forem "ameaçados" pelo líder chinês.
"O que eu queria ver de Biden era uma afirmação mais clara, uma mudança de política. Ele escorregou neste aspecto quando esteve no Japão, onde disse que certamente defenderemos Taiwan. Depois sua equipe voltou atrás."
Michael Waltz questionou igualmente a validade atual da política de Uma Só China, que diz estar desatualizada há décadas. Segundo o legislador, Washington tem de deixar claro a Pequim que Taiwan é um Estado democrático soberano.
Um funcionário do governo dos EUA rejeitou as declarações.
"Isto é retórica desnecessária, e a política dos EUA em relação a Taiwan permanece inalterada", expressou ele. Karine Jean-Pierre, secretária de imprensa da Casa Branca, também recusou entrar em detalhes sobre a questão.