A Rússia rejeitou completamente as acusações do secretário de Estado americano, Antony Blinken, de que Moscou estaria usando a usina nuclear de Zaporozhie como base militar.
A acusação de Blinken foi feita durante a Décima Conferência de Revisão do Tratado sobre a Não Proliferação de Armas Nucleares, iniciada nesta segunda-feira (1º), em Nova York.
"A Rússia está usando essa usina como base militar para disparar contra os ucranianos, sabendo que [os ucranianos] não podem e não vão devolver o fogo, porque podem atingir um reator nuclear ou resíduos altamente radioativos armazenados", disse Blinken, em seu discurso na conferência.
Em comunicado, a delegação russa negou veementemente as acusações do secretário de Estado americano.
"Rejeitamos completamente tais acusações. Temos afirmado repetidamente que as ações de nossas Forças Armadas em nada prejudicam a segurança nuclear na Ucrânia e não interferem no funcionamento normal da estação", disse o comunicado.
A usina nuclear de Zaporozhie é a maior central nuclear da Europa, com capacidade de quase 6 mil megawatts e energia suficiente para abastecer 4 milhões de residências. Ela fica às margens do rio Dniepre. Militares russos guardam a região desde março, em meio à operação militar especial na Ucrânia.
O Ministério das Relações Exteriores russo afirma que a presença de forças russas no local tem como objetivo proteger a usina e prevenir o vazamento de material nuclear radioativo. O órgão destaca ainda que a usina atualmente é controlada por um operador ucraniano.