Em artigo publicado em destaque no China Daily, Goodrum classificou de "capricho" a visita de Pelosi a Taiwan — relacionando esse ato com os questionamentos internos que a congressista tem sofrido nos Estados Unidos —, mas apontou o potencial explosivo desse ato.
O jornalista alerta que a viagem torna Pelosi a mais alta autoridade dos EUA a viajar para Taiwan em décadas e que "intensificou o desgaste dos laços dos EUA com a China".
"Como os EUA não reconhecem a 'independência de Taiwan' e Pelosi é a segunda na linha de sucessão presidencial, a medida tem sido vista por muitos de ambos os lados como um passo perigoso em direção a um conflito aberto entre as duas maiores economias do mundo."
Goodrum aponta que a política de uma só China, que reconhece o governo de Pequim como central, é a base dos laços entre os países e que o governo de Joe Biden tem tentado uma reaproximação com o presidente chinês, Xi Jinping. No entanto, ele destaca que Pelosi tem sido um "falcão" contra Pequim e que a viagem pode ser uma forma de forçar uma postura mais agressiva da Casa Branca contra a China.
"Esse é um motivo muito mais intrigante — e perturbador — do que a explicação quase juvenil de uma turnê de despedida que acaricia o ego, pois forneceria ainda mais evidências do impulso intrínseco da campanha de cerco dos EUA contra a China. [...] É uma tendência preocupante, e provavelmente só vai piorar nos próximos anos", disse.
"Sem espaço para o diálogo racional, crescem as chances de uma crise que empurra o mundo através do Rubicão. [...] [Pelosi] teria criado sozinha um momento de gatilho em que qualquer lapso momentâneo de comunicação pode significar uma escalada que foge ao controle de qualquer um", destacou.
O jornalista acredita que "nem os EUA nem a China querem uma guerra". "A China não está em conflito armado com outra nação há quase 50 anos, e não há razão para que isso mude tão cedo", disse.