Em meio à crise econômica que aflige a Europa, o Banco da Inglaterra elevou as taxas de juros em 0,5 ponto percentual em resposta a um aumento na inflação, que atingirá 13% em outubro, em um cenário de recessão prolongada.
Na pior perspectiva para a economia desde o colapso bancário de 2008, o Banco Central disse que o Reino Unido entraria em recessão no último trimestre deste ano, mas elevou as taxas de juros para 1,75% na tentativa de combater a inflação crescente. Foi o maior salto nos custos de empréstimos em 27 anos.
A principal razão, disseram funcionários do banco consultados pelo jornal The Guardian, é o aumento no teto do preço da energia, que pode chegar a £ 3.500 (R$ 22.225,72) em outubro.
O teto do preço da energia permanecerá nesse valor, pago anualmente, durante a maior parte de 2023, de acordo com a última previsão para contas domésticas.
A publicação também sustenta que a contínua interrupção da cadeia de suprimentos, que atinge o comércio global, tenha sido outro fator importante para empurrar os preços para cima.
A recessão mais longa desde 2008 começaria no fim deste ano, acrescentou o Banco da Inglaterra, "com a economia se contraindo ao longo de 2023".
A desaceleração prolongada deve empurrar a taxa de desemprego de 3,8% para 5,5% até 2024 e representará uma queda recorde nos padrões de vida no próximo ano.
As previsões foram baseadas em tendências de mercado que levaram em conta temores de a Rússia fechar as torneiras para a Alemanha do gasoduto Nord Stream 1 (Corrente do Norte 1) em retaliação às sanções ocidentais contra Moscou.
As restrições relacionadas ao conflito na Ucrânia já causam preocupações para os meses de inverno, com vários governos europeus defendendo medidas de racionamento.
Atualmente a Rússia está bombeando apenas 20% da capacidade, reforçando as preocupações em toda a Europa de que uma crise de oferta levará a um aperto nos meses de inverno, forçando as economias dependentes da Rússia à recessão.