Citando um artigo no Süddeutsche Zeitung, o autor afirma que o objetivo das sanções contra a Rússia foi "enviar uma mensagem a Putin", mas que era pouco provável que o líder russo desse ouvidos a tais "sugestões".
O jornalista salientou que, não obstante o embargo do carvão, aço, madeira, cimento e ouro russos, o comércio bilateral entre a Rússia e a Alemanha segue aumentando em valor – devido aos preços do gás, que têm subido.
Segundo o Statistiches Bundesamt (entidade alemã responsável pela recolha de informação estatística), em junho a Alemanha pagou 3,5 bilhões de euros (R$ 18,8 bilhões) pelo gás russo. A partir de maio, o aumento constituiu 5%, enquanto em comparação com o ano passado aumentou 39%.
Conforme Olaf Gersemann, em termos puramente matemáticos, as receitas das exportações russas para a Alemanha cobrem a maior parte das despesas militares de Moscou. O colunista admite que as importações da Rússia, em termos físicos, caíram 30%, embora salientando que o objetivo da Alemanha ainda não está alcançado.
"Tudo isso resultou contra nossos planos. […] A Rússia vai equilibrar seu orçamento e poderá ficar com mais gás no solo para extrair no futuro, para que mais bilhões de euros e rublos fluam então da Alemanha para a Rússia", concluiu o jornalista.
A Alemanha, depois que se juntou às sanções antirussas, enfrentou um aumento dos preços da energia e uma inflação alta. Como resultado, devido ao aumento dos preços dos combustíveis, principalmente do gás, as indústrias alemãs em muitos aspectos perderam suas vantagens competitivas, o que também afetou outras esferas da maior economia europeia. Devido à escassez de gás, o país pode logo se encontrar em uma situação sem precedentes, quando a Agência Federal das Redes terá de decidir qual dos produtores industriais receberá gás e qual não receberá.