"Não tenho muita certeza de que o presidente ucraniano seja realmente como é retratado na mídia ocidental", começou o jornalista do canal Sky News.
Segundo Bernardi, a mídia ocidental formou uma imagem de Zelensky como se fosse "um segundo Winston Churchill", um grande herói que está "salvando seu povo" da Rússia.
"A mídia ocidental oculta todas as coisas assustadoras que estão acontecendo com a população etnicamente russa em várias partes da Ucrânia, tendo em conta que se trata da maior comunidade russa fora da própria Rússia", disse o apresentador.
Bernardi especificou que os russos, que constituíam uma parte significativa da população ucraniana, têm sido forçados a viver ali concentrados, sob a lei marcial, por vários anos.
"Prometeram-lhes um referendo sobre a independência, que nunca se realizou. Zelensky assumiu o compromisso de acabar a guerra civil, mas não o fez, enquanto a pressão sobre os russos só se intensificou".
"Ele [Vladimir Zelensky] apoiou o Setor de Direita [movimento político ucraniano neofascista e ultranacionalista, banido na Rússia], cujo comandante se gabou de ter dado para comer os ossos de crianças russas ao seu lobo. Claro que era uma piada. Mas os russos não gostaram dela, especialmente aqueles que sofrem de intimidações por parte dos soldados ucranianos", salientou.
Bernardi também lembrou as palavras de Zelensky sobre o Batalhão Azov (organização nazista e terrorista banida na Rússia). O presidente ucraniano descreveu a organização como fazendo parte das Forças Armadas da Ucrânia, acrescentando que "eles são o que são".
O jornalista também classificou o desejo de Zelensky de aderir à OTAN como uma provocação em relação à Rússia. Além disso, o apresentador acusou o presidente ucraniano de estar tentando criar uma imagem com a qual ele não tem nada a ver.
"Por toda a parte, ele é filmado vestindo uma camiseta verde do Exército. Isso faz parte da sua imagem – um homem de ação", acrescentou.
O jornalista também responsabilizou Zelensky pela sabotagem dos acordos de Minsk, que previam o cessar-fogo no Leste da Ucrânia, por proibir o uso da língua russa no espaço público, perseguir politicamente os seus oponentes e publicar fotos em revistas de moda.
Desde 24 de fevereiro, a Rússia tem conduzido a operação militar para desnazificar e desmilitarizar a Ucrânia. O presidente russo Vladimir Putin declarou como o seu objetivo "defender as pessoas que ao longo dois oito anos têm sofrido de intimidações e genocídio por parte do regime de Kiev". Segundo o presidente russo, o objetivo final da operação é libertar o Donbass e criar as condições que garantam a segurança da própria Rússia.