"A cooperação com o Catar na área do gás fracassou, já que a Alemanha, além de não querer abdicar rapidamente da energia atômica e do carvão, também não quer abandonar o gás, apesar de não possuirmos bastantes fontes de energia renovável a longo prazo. Depois, compramos um gás muito caro no mercado à vista, que deixa os consumidores loucos", comentou Gabriel a publicação da edição Focus, que mais uma vez comunicou que a Alemanha não tinha alcançado com o Catar quaisquer acordos sobre fornecimento de gás.
Anteriormente, o tabloide Bild escreveu que o governo alemão não tinha conseguido responder à pergunta sobre o estado atual do chamado acordo com o Catar sobre o fornecimento de gás. A edição citou a declaração do Ministério das Finanças alemão, de acordo com a qual "as empresas é que são responsáveis pelo estabelecimento de prazos e valor de possíveis fornecimentos de gás", por isso "o governo federal não pode comentar".
O ministro da Economia e Proteção Climática, vice-chanceler Robert Habeck, visitou o Catar em março, tendo fechado o acordo de parceria no campo energético, que estabelece a cooperação nas esferas de energias renováveis, eficiência energética e GNL (gás natural liquefeito). A respectiva declaração foi assinada em maio. Habeck afirmou que o documento foi "um passo importante no caminho para a maior independência do gás russo".
Segundo a agência Reuters, durante as negociações entre a Alemanha e o Catar surgiu uma discordância sobre as condições dos contratos de fornecimento de GNL a longo prazo. Trata-se das exigências do Catar de assinar acordos para o prazo mínimo de 20 anos, proibindo a Alemanha de transportar o gás para outros países europeus.
A Alemanha enfrenta um possível colapso energético nos últimos meses deste ano, no inverno europeu, por causa dos cortes no fornecimento do gás russo. O ministro da Economia Habeck e o chefe da Agência Federal das Redes, Klaus Muller, apelaram várias vezes para os cidadãos alemães limitarem o consumo de energia. O jornal de negócios alemão Handelsblatt apresentou um estudo no sábado mostrando que a Alemanha poderia renunciar ao gás da Rússia se cortasse 210 terawatts-hora de eletricidade.