Panorama internacional

Alemanha descarta gasoduto Nord Stream 2 mesmo que crise se agrave

O chanceler alemão Olaf Scholz exclui a hipótese de o gasoduto russo-alemão Nord Stream 2 entrar em funcionamento, mesmo que a situação no campo energético se torne ainda mais difícil nos próximos meses, afirmou o representante oficial do governo alemão, Steffen Hebestreit.
Sputnik

"Também está claro que apoiamos firmemente a Ucrânia, que apoiamos as sanções que aprovamos em conjunto na União Europeia e nas consultas com a comunidade internacional. Também está claro que o Nord Stream 2 não foi certificado e atualmente não está em processo de certificação, não podendo assim ser usado", disse Hebestreit em uma coletiva de imprensa na segunda-feira (8).

Ao ser perguntado se exclui a possibilidade de utilizar o gasoduto nos meses mais frios, caso a situação do fornecimento do gás se agrave, Hebestreit respondeu:
"Sim, ele [o chanceler alemão Olaf Scholz] exclui isso", afirmou.
Ao mesmo tempo, Hebestreit concordou com o fato de que o período de outono e inverno pode ser difícil para a Alemanha, mas defendeu que o governo "tomou as medidas necessárias".
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"Está claro que nos esperam meses difíceis, que a redução do fornecimento da Rússia à Alemanha nos coloca novos desafios, mas tomamos várias medidas", disse o representante oficial do governo.
Hebestreit também respondeu a uma dúvida de um jornalista perguntando se o governo não sente menor apoio às políticas sancionatórias.
"A resposta é curta: não. Não testemunhamos falta ou redução do apoio em relação a estas medidas", defendeu.
A Alemanha está entre os países do Ocidente que, após o início da operação militar russa na Ucrânia, em 24 de fevereiro, fortaleceram a pressão das sanções contra Moscou. Contudo, as sanções resultaram em problemas para o próprio Ocidente, inclusive a Alemanha, cujas indústrias, que têm sofrido da dependência do gás russo, já começaram a perder as suas vantagens competitivas.
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O Nord Stream é a principal rota de exportação de gás russo para a Europa. Devido a dificuldades técnicas da empresa Siemens na manutenção das turbinas de bombeamento do gasoduto, na sequência das sanções, a Gazprom, a principal produtora do gás natural no mundo, teve de cortar o fornecimento, no início, para 40% da capacidade do gasoduto e, posteriormente, para 20%.
A empresa comunicou que as sanções impostas pelo Canadá, União Europeia e Reino Unido tornam impossível o transporte para a Rússia da turbina do Nord Stream que foi reparada no Canadá e agora está na Alemanha. Além disso, ela não pode ser transportada por causa da desconformidade entre a situação atual e as responsabilidades da Siemens, esclareceu a Gazprom.
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