"Não vai ser no governo Bolsonaro que vai ser possível entrar na OCDE. E é possível e legítimo reavaliar a entrada. É uma manipulação política dizer que já é fato consumado. O governo eleito em 2022 tem o direito de reavaliar", defende o economista, em entrevista à Sputnik Brasil.
"Lula vai ter que enfrentar muitos problemas, não vai poder comprar briga com todo mundo ao mesmo tempo, e isso não é nem o estilo dele. O grande desafio vai ser a fome. A OCDE não vai ser a prioridade. O que vai ser feito depende muito da equipe que vai assumir as pastas econômicas."
"Por suas dimensões e papel estratégico na economia mundial, o Brasil já é um parceiro-chave na OCDE, assim como China, Índia, África do Sul e Indonésia; por isso participa das reuniões dos ministros e de grupos de trabalho, mantendo espaço de negociação e defesa de seus interesses. Nenhum dos demais países integrantes do BRICS tem demonstrado interesse de ir além dessa parceria, que, no caso da Rússia, nem chega a existir. Preferem evitar a armadilha e manter sua autonomia, não excluindo a política e o Estado de suas estratégias de crescimento da produção e do bem-estar. Os resultados de parte desses países — China e Índia — entre os melhores do mundo nas últimas décadas, em termos de elevação do PIB e da produtividade, mostram que suas escolhas não devem ser ignoradas", diz trecho da nota.