Segundo o jornalista, em Bangladesh e no Paquistão já se observam problemas de abastecimento de eletricidade.
"Desejando se livrar da dependência do gás russo, a União Europeia provoca choques em massa nos mercados energéticos mundiais, o que afeta de forma significativa os países pobres", salientou Peer.
O autor da publicação destaca que o desejo da Europa de encontrar fontes alternativas de gás não deve implicar a redução de recursos energéticos em outras partes do mundo.
"Uma parte considerável da frota petroleira, que até há pouco tempo fornecia GNL [gás natural liquefeito] para a Ásia, agora vai para a Europa, a fim de compensar o déficit do gás na região. A União Europeia não deve resolver os seus problemas energéticos à custa dos países do Sul", diz a publicação.
Segundo Peer, as ações dos países europeus agravam os sofrimentos de milhões de pessoas nos países em desenvolvimento.
A Europa segue sob pressão devido à tensão contínua relacionada ao fornecimento de combustíveis vindos da Rússia. As exportações de gás russo caíram após o início da operação militar especial na Ucrânia: o fornecimento pelo gasoduto Nord Stream e através do sistema de transporte de gás ucraniano se reduziram significativamente, enquanto o gasoduto Yamal – Europa deixou de funcionar por completo.
A parte russa tem repetidamente salientado que a limitação do fornecimento pelo Nord Stream está ligada apenas às sanções ocidentais, devido às quais surgiram problemas de manutenção e reparo das unidades de bombeamento de gás da empresa alemã Siemens. Agora apenas uma turbina garante o funcionamento do gasoduto. O porta-voz do presidente russo, Dmitry Peskov, sublinhou que "os poloneses aplicaram sanções ao Yamal - Europa, enquanto a Ucrânia fechou um dos dois gasodutos sob um pretexto rebuscado".