Panorama internacional

Ao atacar usina nuclear de Zaporozhie, Kiev mantém toda Europa como refém, diz MRE russo

Ao atacar a usina nuclear de Zaporozhie, Kiev de fato mantém toda a Europa como refém, diz o comunicado do Ministério das Relações Exteriores russo.
Sputnik

"Há muito que a parte russa, através de várias linhas e em diversos níveis, tem apelado para a comunidade internacional condenar de forma decisiva os ataques militares sem fim que o regime de Kiev tem efetuado contra a usina nuclear de Zaporozhie de maneira violenta [...] Eles [Kiev] escolheram como seu alvo não só os povos da Rússia e da Ucrânia. De fato, eles mantêm como reféns toda a Europa, e parece que não estão contra 'incendiá-la' em benefício de seus ídolos nazistas", esclarece o comunicado.

O ministério sublinhou que a entidade envia regularmente para a AIEA informações atualizadas "do terreno", que estão refletidas nos relatórios da agência.

"Apontando a artilharia para os reatores em funcionamento e o reservatório de combustível nuclear usado, os ucranianos estão apontando também para si mesmos", acrescentou o ministério.

Na noite para domingo (7) os militares ucranianos atacaram com lançadores múltiplos de foguetes Uragan a usina nuclear de Zaporozhie na cidade de Energodar. Fragmentos e um motor de foguete caíram a 400 metros ou menos de uma unidade geradora em funcionamento. Ao se aproximar das unidades geradoras, o foguete conseguiu se abrir e liberar submunições de fragmentação.
A área de armazenamento a seco de combustível nuclear usado e o posto de controle automatizado da situação radiativa se encontravam na zona afetada. Edifícios administrativos e o território adjacente do depósito foram danificados pelas submunições.
Os ataques de Kiev contra a usina nuclear de Zaporozhie, caso a unidade geradora fique danificada, representa uma ameaça para a vida de centenas de milhares de moradores da Ucrânia, Europa e Ásia, segundo disseram representantes da administração de Energodar à Sputnik.
O entrevistado da agência também salientou que a rosa dos ventos na região está direcionada principalmente para noroeste e, caso aconteça um desastre nuclear, as cidades de Nikopol, Zaporozhie, Krivoi Rog, bem com a maioria das regiões ocidentais da Ucrânia, estarão no raio dos danos por radiação.
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Anteriormente, o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica, Rafael Grossi, manifestou a sua preocupação por causa do ataque contra a usina nuclear de Zaporozhie. Segundo Grossi, as operações militares que põem em perigo a segurança da usina nuclear são "completamente inaceitáveis e devem ser paradas a qualquer preço".
Grossi sublinhou que está pronto para chefiar a missão dos especialistas da AIEA para segurança, proteção e garantias da usina nuclear de Zaporozhie. A partir do início da operação especial, as tropas ucranianas já por várias vezes tentaram atacar o território da usina nuclear. Ataques de artilharia provocaram um incêndio no terreno, foram rompidas duas linhas de energia elétrica responsáveis pelo funcionamento das unidades geradoras. Parte do equipamento da unidade Nº 3 acabou desligada, foram reduzidas as capacidades de geração da unidade Nº 4.
A Agência Internacional de Energia Atômica está ciente de todos os riscos relacionados com os ataques das tropas ucranianas contra a usina nuclear de Zaporozhie, mas não toma nenhumas medidas concretas para acabar com os ataques, afirmou o chefe da administração da região de Zaporozhie, Yevgeni Balitsky.
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