O centro de missão "antiterrorismo" da Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês) dos EUA está sendo despojada de dinheiro e pessoal e redirecionada para o novo centro de missão na China, relatou na segunda-feira (8) a agência norte-americana Associated Press (AP).
Assim, David Cohen, vice-diretor da CIA, informou altos funcionários do Centro de Contraterrorismo em uma reunião realizada em julho que, embora o combate à Al-Qaeda (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países) e outros extremistas continuaria sendo uma prioridade, os recursos seriam transferidos para o centro da China em busca de formas de "entender" e "combater" Pequim melhor, segundo fontes da AP.
No entanto, Douglas Wise, ex-oficial sênior da CIA e vice-diretor de operações do Centro de Contraterrorismo, acredita que a reorientação de recursos levaria "anos", e que a "cultura" da agência levará tempo para mudar.
"Temos feito contraterrorismo por décadas. Temos que ter um plano racional para fazer esta adaptação, que não leva tanto tempo que nossos inimigos possam explorar um processo glacial", disse Wise.
Um porta-voz da agência americana garantiu que o terrorismo "continua sendo um desafio muito real" e que a agência "continuaria rastreando agressivamente as ameaças terroristas globalmente e a trabalhar com parceiros para combatê-las", apesar da existência de outras questões, como a Ucrânia e os "desafios estratégicos [...] colocados pela República Popular da China".
As fontes da AP disseram que a agência de inteligência tem enfrentado pressão do Congresso dos EUA para fazer da China a principal prioridade, com os legisladores supostamente preocupados com os avanços tecnológicos da China, incluindo na ciência quântica e inteligência artificial.
No final de outubro de 2021 a CIA anunciou a formação de um Centro de Missões da China, separando a República Popular da China da competência do Centro de Missões para o Leste Asiático e Pacífico.