Na abertura da FEBRABAN TECH 2022 nesta terça-feira (9), o presidente do Banco do Brasil, Fausto Ribeiro, afirmou que o sistema financeiro brasileiro está sofrendo diversos e intensos ataques, segundo o jornal Valor Econômico.
"Se existe pandemia em vigor no mercado é de ataques cibernéticos. Bancos precisam estar de prontidão para debater essa questão […] É uma guerra de informações e, então, surgem oportunidades para nós de proteção dos ativos, que são dados dos clientes e dos nossos negócios", disse Ribeiro.
De acordo com a mídia, não há uma compilação oficial sobre as tentativas de ataques hackers contra bancos brasileiros, mas diversos relatórios internacionais dão uma noção do tamanho da ameaça.
Um estudo da Check Point, empresa de segurança cibernética citada pela mídia, as companhias brasileiras, de todos os setores, sofreram uma média de 1.595 tentativas de ataques por semana entre fevereiro e julho deste ano, bem acima da média global, de 1.165. Em um ano, o dado brasileiro subiu 73,6%.
Já uma pesquisa da Trend Micro mostrou que, de 2020 para 2021, as tentativas de ataques no setor financeiro global com o ransomware WannaCry saltaram 518%. O segmento é o mais visado, com quase o dobro de "governos" e o triplo de "indústrias".
Entretanto, Segundo Flavio da Silva, diretor de segurança da informação do Santander, os hackers não escolhem um segmento específico, mas sempre analisam dois fatores: a facilidade de encontrar brechas na segurança e o potencial de ganho.
Muitos bancos estão migrando sistemas legados para a nuvem, mas executivos do setor são unânimes em dizer que essa tecnologia não é necessariamente mais segura que um mainframe físico.
"Não adianta ter carro blindado e andar com a janela aberta", afirmou Adriano Volpini citado pela mídia, diretor do Itaú, "na nuvem, tudo depende da forma como se configura o gerenciamento. Ela pode ser tão segura quanto uma solução 'on premises'. A diferença é agilidade e capacidade de se valer sempre de tecnologias muito avançadas", complementou.