Durante cerimônia realizada com movimentos sociais, Maduro classificou de "sequestro" a retenção de um Boeing 747-300M da empresa aérea estatal Conviasa — que está sob sanções do Tesouro norte-americano — na Argentina por decisão dos Estados Unidos.
"Um avião que cumpria uma função fundamental na vida humanitária da Venezuela está descaradamente sequestrado na Argentina, e pretendem roubá-lo de nós por ordem de um tribunal imperial no estado da Flórida", disse Maduro.
O Departamento de Justiça dos EUA solicitou a retenção definitiva da aeronave, que está parada há 60 dias na Argentina. Os EUA alegam que o Boeing foi repassado pela empresa iraniana Mahan Air à Emtrasur, subsidiária da Conviasa, sem autorização de Washington.
Maduro pediu apoio do povo argentino pela devolução do avião e pelo retorno da tripulação, que está detida no país — 14 venezuelanos e cinco iranianos. A aeronave carregava peças automotivas da Volkswagen, e a Justiça proibiu os 19 tripulantes de deixarem o país.
O mandatário aproveitou para criticar a decisão do Tribunal Superior de Londres que manteve o ouro venezuelano depositado no Reino Unido sob o comando do ex-deputado oposicionista Juan Guaidó, que se autoproclamou presidente em 2019.
"Vamos organizar uma grande campanha, da Venezuela, contra as sanções, contra a perseguição criminosa, pelo resgate do ouro em Londres e pelo resgate dos pilotos e do avião que sequestraram na Argentina. Não vamos deixar que nos roubem!", disse Maduro.
"Não temos medo de sanções, agressão ou imperialismo norte-americano", reforçou.
Na luta contra a perseguição criminal, temos duas prioridades: recuperar o Ouro em Londres, o Avião da Conviasa, que pretendem roubar de nós, e sua tripulação sequestrada na Argentina. Estamos profundamente indignados com este roubo descarado. Chega de abusos contra a Venezuela!
Nos cofres do Banco da Inglaterra se encontram guardadas 31 toneladas de ouro que pertencem à Venezuela, avaliadas em US$ 1 bilhão (R$ 5,18 bilhões).
Entre as estratégias de Caracas para seguir na luta para reaver o ouro tomado está a de apresentar cartas assinadas pela rainha Elizabeth II que comprovam o reconhecimento de Maduro como presidente legítimo da Venezuela.