A Rússia decidiu suspender as inspeções de suas instalações nucleares sob o Tratado de Redução de Armas Estratégicas (Novo START) devido aos planos do governo norte-americano de revisá-las em breve, disse o vice-chanceler russo Sergei Ryabkov.
"O 'gatilho' foi a notificação recebida dos EUA de sua intenção de realizar uma inspeção em nosso território nos próximos dias. Nas atuais circunstâncias, essa medida parecia uma clara provocação", afirmou o vice-chanceler em comunicado.
A autoridade enfatizou que, apesar de um "diálogo profissional próximo" entre os dois países sobre alguns aspectos da implementação do tratado, os EUA "moveram-se para uma escalada irracional e desnecessária".
"Pode-se apenas especular sobre os verdadeiros motivos norte-americanos, mas parece que o pedido de inspeção não foi ditado pelos objetivos genuínos de fortalecer a viabilidade do Novo START e do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares [TPN]", complementou.
Moscou anunciou anteriormente que notificou os EUA sobre a suspensão das atividades de inspeção sob o Novo START, citando obstáculos decorrentes de sanções antirrussas.
Embora a medida esteja prevista no protocolo do tratado, conforme explicou o MRE russo, a Rússia entende que foi "forçada a recorrer a essa medida como resultado do desejo persistente de Washington de obter implicitamente um reinício das atividades de inspeção em termos que não levam em conta as realidades existentes".
Para o Kremlin, Washington quer "criar vantagens unilaterais para os Estados Unidos e, na verdade, privar a Federação da Rússia do direito de realizar inspeções em território norte-americano", diz o documento.
O tratado Novo START, que entrou em vigor em 2011, limita o número de ogivas nucleares estratégicas que os Estados Unidos e Rússia podem implantar e a inserção de mísseis e bombardeiros terrestres e submarinos para entregá-los. Também prevê inspeções para garantir que ambos os lados estejam em conformidade.