"A propaganda ocidental pretenciosa em torno do conflito na Ucrânia é o caminho para uma nova escravidão e falta de liberdade. Por isso é tão importante deixar de se calar sobre certos assuntos que exigem uma discussão decisiva", salientou o político.
Klaus lamentou o fato de os líderes ocidentais não quererem discutir as preocupações de Moscou sobre a aproximação da OTAN às fronteiras dela, bem como o nível crescente da hostilidade da Ucrânia em relação à Rússia em geral e à minoria russa que vive no seu território.
Conforme o ex-presidente, a ditadura da opinião europeia, armada com uma "certeza única" e uma ignorância da verdade sobre a crise ucraniana, representa uma enorme ameaça.
"Os que têm uma opinião verdadeira e politicamente correta estão firmemente convencidos de que os que discordam da posição ocidental são agentes financiados pelo Kremlin ou grandes tolos", salientou Klaus.
Tal posicionamento não permite avaliar de forma adequada as despesas que é preciso tolerar devido às decisões precipitadas sobre a ajuda militar a Kiev e o abrigo dos refugiados ucranianos.
"A inércia, seguida por mais fornecimento do armamento cada vez mais desenvolvido à Ucrânia e o fortalecimento das sanções que em grande parte também afetam nós mesmos, não é o método para resolver a situação", concluiu o político.
Em meio à operação especial russa para libertar Donbass, os países ocidentais seguem inundando a Ucrânia com armas. Assim, nas vésperas, Washington anunciou um novo pacote de ajuda militar no valor de cerca de um bilhão de dólares (R$ 5,1 bilhões), que inclui munições de artilharia, mil lançadores de mísseis antitanque Javelin, veículos médicos blindados, explosivos e medicamentos.
Moscou, por sua vez, tem repetidamente declarado que o fornecimento das armas apenas prolonga o conflito, enquanto os transportes de armas se tornam um alvo legítimo para a Força Aeroespacial da Rússia. Como salientou o porta-voz do presidente russo Dmitry Peskov, as ações do Ocidente não contribuem para o sucesso das negociações russo-ucranianas, que atualmente estão paradas, e só vão ter um efeito negativo.