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Trump recorre ao direito de ficar calado em interrogatório sobre fraude

Interrogatório é parte de uma investigação sobre suspeita de fraude promovida pela Organização Trump. Ex-presidente americano se diz vítima de "caça às bruxas".
Sputnik
O ex-presidente americano Donald Trump invocou o direito de permanecer calado e não produzir provas contra si mesmo, previsto na Quinta Emenda da Constituição americana, em um interrogatório que investiga suspeita de fraude nos negócios imobiliários de sua família.
O interrogatório ocorreu nesta quarta-feira (10), em Nova York, EUA, no gabinete da procuradora-geral do estado, Letitia James. A investigação foi aberta há três anos e apura a suspeita de que escritórios da Organização Trump superfaturaram valores de imóveis para obter mais lucro ao solicitar empréstimos bancários. Em paralelo, teriam apresentado cifras mais baixas às autoridades fiscais americanas para pagar menos impostos.
Trump acusa a procuradora-geral Letitia James de promover perseguição política e diz que a investigação é a "maior caça às bruxas da história dos EUA". Ele tentou se adiantar para evitar que críticos usassem uma declaração dada por ele, em 2016, quando afirmou que inocentes não recorrem à Quinta Emenda.
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"Uma vez perguntei: 'Se é inocente, por que recorre à Quinta Emenda? Agora sei a resposta a essa pergunta. Quando a sua família, a sua empresa e todas as pessoas ao seu redor se tornam alvos de uma caça às bruxas infundada e politicamente motivada, apoiada por advogados, procuradores e a mídia fake news, você não tem escolha".
Os filhos mais velhos de Trump, Ivanka e Donald Jr, também deveriam prestar depoimento, mas a audiência foi adiada por conta da morte da mãe, Ivana Trump.
Além da investigação por fraude, Trump, que cogita se candidatar novamente à presidência em 2024, responde a um inquérito criminal em Manhattan por suspeita de fraude bancária e de seguros. E na última segunda-feira (8), agentes do FBI realizaram uma busca na mansão do ex-presidente em Mar-a-Lago, na Flórida, como parte de uma investigação que apura se documentos oficiais do governo americano, alguns ultrassecretos, foram armazenados lá em vez de serem levados para o Arquivo Nacional quando Trump deixou a Casa Branca.
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