Duas associações comerciais chinesas criticaram na quarta-feira (11) a Lei Chips e Ciência dos EUA, argumentando que a recém-assinada legislação norte-americana para promover a fabricação de semicondutores prejudicará a indústria em outras partes do mundo.
De acordo com o Nikkei Asia, o Conselho para a Promoção do Comércio Internacional e a Câmara de Comércio Internacional da China disseram que a lei "intensificará a competição geopolítica na indústria de semicondutores e impedirá a recuperação econômica global e o crescimento da inovação tecnológica".
Além dos órgãos comerciais, o Ministério das Relações Exteriores chinês também criticou a medida, segundo o Global Times. Para a pasta, a nova lei estadunidense é outro exemplo de "coerção econômica" realizado por Washington.
"Como os EUA crescem sua indústria é seu próprio negócio, mas não deve colocar obstáculos para os intercâmbios econômicos, comerciais, científicos e tecnológicos normais e a cooperação entre a China-EUA, muito menos minar os direitos e interesses legítimos de desenvolvimento chinês", disse Wang Wenbin, porta-voz do ministério citado pela mídia.
No entanto, Wang observou que "nenhuma restrição ou supressão impedirá o desenvolvimento científico e tecnológico da China e o progresso industrial nacional".
Ainda de acordo com as associações comerciais chinesas, o objetivo da legislação estadunidense de incentivar a construção de novas fábricas nos EUA "discrimina algumas empresas estrangeiras, usa o poder estatal para mudar à força a divisão internacional do trabalho na indústria de semicondutores e prejudica os interesses de empresas em todo o mundo, inclusive na China e nos Estados Unidos".
Na terça-feira (9), o presidente norte-americano, Joe Biden, aprovou a Lei Chips e Ciência de US$ 52,7 bilhões (R$ 273,21 bilhões), para fortalecer a produção interna de semicondutores no país, conforme noticiado.
A legislação visa fortalecer a fabricação de semicondutores e as cadeias de fornecimento dos EUA, e destina também mais de US$ 200 bilhões (R$ 1,03 trilhão) a empreendimentos científicos, em meio a uma escassez global de semicondutores ligada à ruptura das cadeias de fornecimento em vários setores pelas medidas antipandemia, recuperação da demanda mais rápida que a do fornecimento, e sanções.