A batida do Departamento Federal de Investigação (FBI, na sigla em inglês) dos EUA na mansão de Donald Trump em Mar-a-Lago, Flórida, EUA, deverá aumentar as probabilidades de sua reeleição como presidente em 2024, de acordo com um colunista do jornal The New York Times.
Em declarações na quinta-feira (11) ao jornal, David Brooks disse que as "narrativas" do ex-presidente americano (2017-2021) têm poder real, pois as ideias de que a "América está sendo arruinada por elites costeiras corruptas" ressoam em "dezenas de milhões de americanos".
Resumindo as crenças dessas pessoas, o "regime" é composto por "atores com poder em Washington, mídia liberal, grandes fundações, universidades de elite e empresas 'woke' [termo usado pela direita para descrever alguém considerado excessivamente de esquerda]. Estas pessoas são corruptas, condescendentes e imorais e estão cuidando apenas de si mesmas", declarou ele.
Brooks defendeu que essas noções têm "um grão de verdade" por trás delas, apesar de ao mesmo tempo argumentar que a "propaganda de Trump transforma um infeliz abismo social em uma teoria da conspiração venenosa".
Na opinião do colunista, são essas as ideias que fazem os republicanos apoiar o magnata.
"Eles querem ir atrás de Trump porque Trump é a pessoa que os enfrenta. Eles não só querem ir atrás de Trump, eles querem ir atrás de você", sumarizou.
"De acordo com uma pesquisa de Trafalgar Group/Convention of States Action, 83% dos prováveis eleitores republicanos disseram que a batida do FBI os deixou mais motivados a votar nas eleições de 2022", referiu David Brooks.
Na segunda-feira (8) Trump relatou a realização de uma batida do FBI na sua residência em Flórida, aprovada por Merrick Garland, secretário de Justiça dos EUA, marcando uma escalada significativa em uma das muitas investigações federais e estaduais que Trump está enfrentando desde seu tempo no cargo e em negócios privados.
O empresário não anunciou oficialmente que disputará uma candidatura à Casa Branca, mas espera-se que o faça após as eleições de meio de mandato em novembro de 2022.