Enquanto o Canadá e a Suécia enviam seus primeiros grupos de instrutores para o Reino Unido com o objetivo de fornecer treinamento as forças ucranianas, é provável que "a chegada de mais instrutores da OTAN seja usada pela mídia leal ao regime de Kiev como mais um pequeno tijolo em sua tentativa de construir um muro de falsas esperanças entre os militares e a população civil", disse à Sputnik Nick Griffin, um antigo membro do Parlamento Europeu.
Na sexta-feira (12), as autoridades canadenses e suecas anunciaram o envio de seus primeiros instrutores militares para o Reino Unido, em meio à operação especial russa na Ucrânia. No início desta semana, o Ministério da Defesa da Finlândia disse que enviaria cerca de 20 militares para o Reino Unido para participar de um programa de treinamento das Forças Armadas da Ucrânia.
Após o encontro com o presidente da Ucrânia Vladimir Zelensky em Kiev em meados de junho, o premiê britânico Boris Johnson sugeriu lançar um programa de treinamento para forças ucranianas, com o potencial de treinar até 10 mil soldados a cada 120 dias.
Neste contexto, Griffin disse que os países ocidentais estão buscando prolongar o conflito na Ucrânia devido a uma série de fatores, incluindo "os lucros do complexo militar-industrial, a hostilidade à Rússia independente por parte dos lobbies neoconservadores e corporativos, bem como a oportunidade de usar o conflito como uma desculpa para avançar a agenda de descarbonização insanamente destrutiva da elite ocidental".
Ele ressaltou que, no que diz respeito ao Canadá, "há um forte fator extra: o país tem a maior concentração mundial de ucranianos, estando atrás apenas da própria Ucrânia e da Rússia".
Griffin sugeriu que o envio de instrutores do Canadá e da Suécia ao Reino Unido pode ser "muito mais um gesto político e uma ferramenta de propaganda para o regime de Kiev do que um verdadeiro fator militar" para mudar a situação no terreno na Ucrânia.
"Um treinamento adequado de tropas leva muito mais tempo do que os infelizes recrutas da Ucrânia estão recebendo antes de serem jogados no moedor de carne. Demora-se um pouco mais para matar mesmo as tropas bem treinadas quando as capacidades dos dois lados estão tão distantes quanto agora em Donbass, então o gesto agressivo do [premiê canadense Justin] Trudeau não mudará nada no terreno", disse ex-parlamentar europeu.
Atualmente, o Reino Unido continua sendo o segundo maior fornecedor de armamento para a Ucrânia depois dos EUA, enviando a Kiev armas antitanque e antiaéreas, veículos blindados e sistemas de artilharia de longo alcance.