Uma análise publicada pela revista Economist, publicação que é referência entre liberais, alerta para as projeções nada otimistas para a economia britânica nos próximos meses.
Segundo a publicação, estimativas do Banco da Inglaterra preveem que o acumulado anual da inflação vai subir para mais de 13% em outubro. Pelo menos a metade desse aumento será ocasionada pelo salto no custo da energia, causado, principalmente, pelo conflito entre Rússia e Ucrânia.
Para punir a Rússia, muitos países ocidentais, entre eles o Reino Unido, aplicaram sanções ao gás e petróleo russo. Essa estratégia acabou tendo efeito reverso, elevando os preços dos combustíveis e da energia nos EUA e na Europa, e levando muitos países à beira da recessão.
Segundo aponta a Economist, o Reino Unido é um deles. A publicação cita uma análise da Cornwall Insight, que aponta que a estimativa para da média anual da conta de luz nos lares britânicos para abril do ano que vem subiu de atuais £ 1.971 (R$ 11.900) para £ 4.447 (R$ 22.235). Essa alta afeta em especial os mais pobres, que, segundo a publicação, já vêm reduzindo o uso de energia em casa, em pleno momento que o inverno europeu se aproxima.
"Dos 89% dos adultos que afirmam que seu custo de vida aumentou, 62% dizem que já estão gastando menos em produtos não essenciais e mais da metade está reduzindo o uso de energia doméstica", diz a publicação.
Completando o cenário sombrio está o aumento na taxa de juros. No início deste mês, o Banco da Inglaterra elevou a taxa de 1,25% para 1,75%, o maior aumento em 27 anos e o sexto consecutivo. A soma de todos esses fatores acendeu o alerta de risco de recessão no país.
O Reino Unido não é o único diante de um inverno dramático, causado, em boa parte, pela decisão de impor sanções à Rússia. Nesta sexta-feira (12), um artigo publicado pelo Financial Times alertou que a crise energética que afeta a Noruega trará sérios problemas para países europeus como a Alemanha, os Países Baixos e o próprio Reino Unido, que importam energia da Noruega.