"Na semana passada, o presidente Biden, em um dos momentos mais tensos da sua presidência, fez uma pausa para ouvir durante quase duas horas um grupo de acadêmicos, que alertaram sobre o estado péssimo da democracia no país e no estrangeiro", diz a edição.
Segundo a fonte, a reunião ocorreu em 4 de agosto. Biden, que na época tinha um teste positivo para o coronavírus, esteve presente online.
Em uma coletiva de imprensa em janeiro, Biden disse que a prioridade do segundo ano de sua presidência seria consultar mais os círculos académicos, colunistas e simplesmente grupos de reflexão, a fim de obter uma imagem mais completa sobre a situação atual. "[Queria] receber mais contribuição, mais informação, mais críticas construtivas sobre o que eu devo e não devo fazer", disse ele perante jornalistas.
Conforme o The Washington Post, durante a reunião os historiadores compararam o atual estado da democracia com o do ano de 1860, nas vésperas da guerra civil nos EUA, quando antes das eleições o ex-presidente do país, Abraham Lincoln, disse que "uma casa dividida contra si mesma não pode permanecer".
Os acadêmicos também acrescentaram que o estado da democracia norte-americana pode ser comparável ao registrado antes das eleições de 1940, quando o ex-presidente do país Franklin Roosevelt lutava contra a crescente simpatia interna em relação ao fascismo europeu e a resistência dos EUA a entrar na Segunda Guerra Mundial.
Além dos historiadores, escreve o The Washington Post, na reunião estiveram presentes o ex-embaixador dos EUA na Rússia Michael McFaul, o assessor do ex-presidente norte-americano Donald Trump para assuntos da Rússia Fiona Hill e o almirante da Marinha aposentado James G. Stavridis.
Há muito tempo que Biden manifesta preocupação com as tendências antidemocráticas, tendo iniciado a sua campanha eleitoral em 2020 defendendo que estava em curso um "combate pela alma da nação", se referindo à frase usada por Meacham no seu livro de 2018 "Alma da América: Batalha Pelos Nossos Melhores Anjos".
Segundo a mídia, essas reuniões com grupos de reflexão têm ocorrido à medida que Biden enfrenta um isolamento de sua presidência, um problema que alguns democratas dizem ter sido agravado pela pandemia, que restringiu os visitantes durante grande parte do primeiro ano de sua presidência.
“Biden, nessas reuniões , muitas vezes passa horas fazendo perguntas e testando suposições, dizem os participantes”, segundo o autor da matéria.
Agora, diz o artigo, os democratas esperam que estas ideias se tornem a base da campanha de Biden para a reeleição, caso decida seguir com ela, especialmente se Donald Trump de novo se tornar o seu adversário.