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Foreign Affairs: EUA devem se preparar para a guerra em torno de Taiwan

Ex-assessor do secretário de Defesa norte-americano, Elbridge Colby, afirma que a administração Biden está perdendo a batalha contra a China em torno de Taiwan. Washington tem que empreender medidas concretas para resolver a situação, em vez de seguir com declarações "retóricas", escreveu Colby no seu artigo para a revista Foreign Affairs.
Sputnik

Para evitar o conflito com a China, os EUA devem estar preparados

Por que é que os EUA não fazem mais para se preparar para a guerra com a China em torno de Taiwan? Essa pergunta preocupa a sociedade norte-americana, já que a guerra contra a China, que antes era um cenário muito pouco provável, agora se converteu em uma perspectiva assustadoramente plausível.
"Levando em conta as declarações de Washington e a sua estratégia anunciada, os EUA têm de agir como se estivessem à beira de uma guerra de grande escala contra um adversário que possui armas nucleares. […] Mesmo assim, parece que as ações da administração [norte-americana] não correspondem à urgência e às dimensões da ameaça que a China representa para nós", escreve o colunista.
Conforme a edição, se há uns anos muitos acreditavam que a China não representava perigo algum para os Estados Unidos, o governo Biden tem repetidamente dado a entender que não é assim.

"Agora a administração passou a considerar a China o desafio de dimensões mundiais mais sério para os EUA. Além disso, altos funcionários de Washington estão declarando de maneira cada vez mais persistente e direta que as forças armadas da China quase equivalem às norte-americanas. […] As avaliações dos especialistas ao longo dos últimos anos têm demonstrado que as vantagens militares dos EUA perante a China diminuíram de forma significativa, enquanto a China segue fortalecendo o seu potencial militar de forma assustadora", diz a publicação.

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Questão de Taiwan: será que a China vai invadir a ilha?

Ainda no ano passado muitos reviravam os olhos, não levando a sério o aviso do almirante Phil Davidson, que na época chefiava o Comando Indo-Pacífico dos EUA, de que a China poderia invadir com sucesso Taiwan até 2027. Já em maio do ano corrente, o diretor da inteligência nacional Avril Haines alertou o Congresso sobre a ameaça "aguda" de invasão da ilha por Pequim, recorrendo ao termo exato que as autoridades norte-americanas têm usado em relação à Rússia a partir do início da sua operação militar na Ucrânia.
Nesse contexto, William Burns, diretor da Agência Central de Inteligência, afirmou que Xi Jinping nunca abdicou do objetivo de tomar Taiwan pela força, estando pronto para conduzir ações militares.

"Ao mesmo tempo, surgem dúvidas sobre se os EUA conseguiriam na realidade vencer a guerra com a China em torno de Taiwan."

O fato de os Estados Unidos se envolverem de imediato no conflito no caso de uma invasão chinesa de Taiwan, na opinião do colunista, é claro.
"A confiança nos EUA na Ásia está ligada ao destino de Taiwan. […] O próprio presidente Biden mais de três vezes salientou que os EUA vão proteger a ilha. […] Além disso, o Departamento de Estado tem repetidamente descrito os seus compromissos ante Taiwan como 'inquebráveis'", salienta o artigo.
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Elbridge Colby chama a atenção para o fato de a China ter aumentando as suas despesas militares 6%-10% anualmente ao longo dos últimos 25 anos, mantendo o ritmo mesmo durante a desaceleração do crescimento econômico, que tem sido registrado ultimamente.
Segundo Colby, atualmente as despesas militares de Pequim constituem pelo menos um terço do orçamento militar dos EUA, enquanto certos analistas até supõem que o número real é muito mais próximo da paridade. Além disso, é de ter em conta a proximidade geográfica e tecnológica da China em relação a Taiwan. Tudo isso, opina o colunista, não dá ao orçamento militar norte-americano uma vantagem séria no caso de um conflito armado contra Pequim.

"Em vez disso [de fortalecer as suas vantagens militares em meio à ameaça crescente por parte da China], a retórica e as ações de Washington estão destinadas a assegurar que os aliados dos EUA continuam, tal como no passado, garantindo a sua presença militar dominante em vários teatros militares ao mesmo tempo. […] Agora Washington está muito longe de permitir que o Pentágono se concentre mais na Ásia", sublinha o autor.

Para concluir, Elbridge Colby faz uma pergunta para os seus leitores: será que é assim que o governo norte-americano deve agir caso realmente esteja ante uma guerra de grande escala contra uma grande potência igual aos EUA? Colby segue com a resposta: claro que não. E é isso, segundo o colunista, que tem de preocupar a sociedade norte-americana.
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