Previsões do Banco Mundial apontam que, até o fim do ano, 115 milhões de pessoas a mais estarão nas chamadas condições de pobreza extrema, vivendo com menos de US$ 1,90 (R$ 9,65) ao dia, em decorrência da pandemia de COVID-19.
O presidente do IPEA, Erik Figueiredo, em entrevista publicada pela Agência Brasil neste domingo (14), disse que o cenário no Brasil será diferente e explicou que o país está em uma retomada econômica.
"A partir de 2019, com o choque da pandemia, essa pobreza extrema começou a crescer, então o mundo empobreceu devido à COVID-19. No Brasil, nós caminhamos na contramão desse processo", destacou o presidente do IPEA.
De acordo com Figueiredo, a base dessa estimativa de queda na pobreza extrema está no aumento do número de famílias inseridas no Auxílio Brasil, programa de transferência de renda do governo federal.
Em todas as regiões do país, houve uma relação diretamente proporcional entre as famílias incluídas no programa e o número de vagas de emprego com carteira assinada geradas.
Segundo o IPEA, em média, para cada mil famílias incluídas no Auxílio Brasil, há a geração de 364 empregos formais.
Figueiredo explicou também a importância dessa conexão entre a economia e a proteção social, com a coexistência entre o Auxílio Brasil e o crescimento do mercado de trabalho.
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no fim do primeiro semestre deste ano, o Brasil registrou 98,3 milhões de pessoas com algum tipo de ocupação no mercado de trabalho.
Durante a entrevista, Erik Figueiredo abordou o assunto afirmando que, mais uma vez, o Brasil segue na contramão da tendência global.
"Enquanto o mundo revisa as suas projeções de crescimento para baixo, o Brasil revisa suas projeções para cima", disse, acrescentando que esse é um indicativo da "redução do Estado" e dos "impostos durante o período de pandemia".
Segundo ele, esses fatores foram fundamentais para a "retomada econômica".