A representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, disse em entrevista neste domingo (14) que Moscou está fazendo todos os esforços para permitir que especialistas da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) entrem na usina nuclear de Zaporozhie, mas os países ocidentais estão impedindo isso.
"Estamos lutando para garantir que especialistas representantes da AIEA possam chegar à usina nuclear de Zaporozhie. Eles querem ir, e a AIEA, como estrutura, está pronta há muito tempo. Mas essa chamada 'comunidade ocidental', de claro alinhamento com o regime de Kiev, está fazendo de tudo para evitar", disse Zakharova.
Na opinião de Zakharova, o que está havendo é muito semelhante a terrorismo nuclear, quando são realizadas operações militares contra usinas nucleares existentes. A representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia afirmou que a Ucrânia está atacando a usina de Zaporozhie para cumprir sua tarefa de "exterminar-se como uma comunidade".
A usina nuclear de Zaporozhie está localizada na margem esquerda do rio Dniepre, próximo a Energodar. É a maior em número de unidades de energia e a mais poderosa da Europa. Desde março, está sob a proteção das tropas russas. Conforme enfatizado pelo Ministério das Relações Exteriores da Rússia, isso é necessário para se evitar vazamentos de materiais radioativos.
Desde o início deste mês, as Forças Armadas da Ucrânia intensificaram o bombardeio no entorno da usina. De acordo com Vladimir Rogov, um representante da administração local, os militares ucranianos usam mísseis guiados e projéteis de fabricação ocidental nos ataques. Após um dos ataques, a linha de alta tensão da subestação Kakhovskaya foi danificada e a capacidade de duas unidades de energia teve de ser reduzida.
O diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, expressou preocupação com a situação atual. Ele planeja liderar pessoalmente a missão de visitar a usina. Além disso, uma reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas foi dedicada à situação na usina nuclear. De acordo com Dmitry Polyanskiy, vice-chanceler russo nas Nações Unidas, nenhum de seus participantes apoiou a versão ucraniana dos eventos.