Na opinião do presidente, se a Rússia e os EUA não acordarem um tratado para substituir o START III, que expira em 2026, e começarem a aumentar seu arsenal nuclear, isso criaria uma ameaça do ponto de vista político:
"A esmagadora maioria dos países, em particular do Movimento dos Países Não Alinhados, que estão verdadeiramente desapontados pela falta de progresso no âmbito de desarmamento nuclear, vão ver mais um indício de que as potências nucleares não querem realmente alcançar o desarmamento nuclear".
Segundo as palavras de Zlauvinen, se esses Estados ficarem desapontados, eles perguntarão por que eles próprios ainda não são participantes do Novo START.
"Decidimos não ser Estados que possuem armamento nuclear [...] O grande negócio consiste em que as potências nucleares alguma vez chegarão ao desarmamento nuclear. Se elas não fazem isso, por que nós devemos cumprir a nossa parte [das obrigações]", disse o presidente, explicando a lógica dos países não nucleares.
"E esse é o risco, porque muitos outros países podem decidir começar a elaborar seu programa de criação de armas nucleares. Isso abrirá uma caixa de Pandora", ressaltou ele.
Tal desenvolvimento dos eventos, conforme suas palavras, representa maior perigo do que a concorrência entre a Rússia e os Estados Unidos sobre quem terá quantas armas.
"Acho que eles têm o suficiente. O problema é que se eles não reduzirem [o arsenal nuclear], outros vão dizer: 'Se esses caras não vão reduzi-los, esqueçam o desarmamento nuclear'", resumiu o especialista.
O tratado START III, o único regime russo-americano de controle das armas nucleares, foi prolongado pela administração Biden por cinco anos e vai expirar no ano de 2026. A Rússia e os EUA começaram a consertar os aspectos do futuro acordo sobre restrição de armas nucleares, mas o diálogo foi interrompido após o início da operação especial russa na Ucrânia.
Conforme foi declarado no Departamento de Estado dos EUA, Washington está disposto a considerar a possibilidade de uma nova rodada do diálogo estratégico com Moscou, mas quer evidências de sua abordagem conscienciosa.