Igor Vishnevetsky, vice-diretor do Departamento de Não Proliferação e Controle de Armas do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, criticou a rota da missão da AIEA traçada pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Stefan Dujarric, representante oficial do secretário-geral da ONU, disse que a organização está pronta para facilitar a viagem de especialistas da AIEA à usina nuclear através de Kiev, se Moscou e as autoridades da Ucrânia concordarem com isso.
"Imagine o que isso significa 'através de Kiev', significa que eles entrarão na usina nuclear de Zaporozhie pela linha de frente. Este é um risco enorme, dado que as forças armadas ucranianas são formações armadas heterogêneas", disse Vyshnevetsky.
Novos bombardeios nos arredores das instalações da usina foram registrados nesta segunda-feira. As autoridades da cidade de Energodar disseram que foram conduzidos 25 ataques contra a cidade e a usina nuclear usando armas pesadas fornecidas pelos EUA, no caso – obuseiros M777.
A usina nuclear de Zaporozhie está localizada na margem esquerda do rio Dniepre, perto da cidade de Energodar. Com seis unidades, é a maior e a mais poderosa usina nuclear da Europa. Desde março que ela está sob a proteção dos militares russos para prevenir o vazamento de material radioativo, segundo o Ministério das Relações Exteriores da Rússia.
Desde o início de agosto que as tropas ucranianas intensificaram o bombardeio da usina nuclear. Segundo Vladimir Rogov, membro do Conselho Principal da Administração Cívico-Militar da Região de Zaporozhie, os militares da 44ª Brigada de Artilharia das Forças Armadas ucranianas têm usado mísseis guiados e projéteis de fabricação ocidental durante os ataques.
Os ataques já danificaram a linha de alta tensão da subestação de Kakhovskaya, e o pessoal teve que reduzir a capacidade de duas unidades de energia.