Segundo o pesquisador chinês e os seus colegas, o arsenieto de boro cúbico conduz o calor dez vezes melhor que o silício, o semicondutor mais utilizado. O artigo com a tese foi publicado na revista Science, no mês passado.
"A extraordinária condutividade térmica do novo material o torna um candidato promissor para a eletrônica de próxima geração", de acordo com o artigo de Chen e outros pesquisadores do MIT, da Universidade de Houston e de outras instituições dos EUA.
Ele também tem um desempenho três vezes melhor que o silício quando se trata de mobilidade de lacunas de elétrons, uma propriedade crucial para a condutividade.
"Se você construir um dispositivo, você quer ter um material onde os elétrons e os buracos [de elétrons] viajam com menos resistência", disse ele em um comunicado de imprensa no site do Departamento de Engenharia Mecânica do MIT.
O silício é um dos elementos mais abundantes na Terra e, em sua forma pura, o material tornou-se a base de grande parte da tecnologia moderna, de células solares a chips de computador. Mas as propriedades do silício como semicondutor estão longe de ser ideais.
O silício, por exemplo, não é muito bom em conduzir calor, e é por isso que problemas de superaquecimento e sistemas de resfriamento caros são comuns em computadores de alta complexidade tecnológica.
O desafio agora, diz Gang Chen, é descobrir maneiras práticas de fazer esse material em quantidades utilizáveis.
Polêmica sobre Gang Chen
Professor de uma universidade norte-americana, Chen foi investigado em um programa do governo dos EUA por supostamente esconder conexões com a China, embora as acusações contra ele tenham sido retiradas no início deste ano.
Gang Chen foi investigado por agentes do FBI e chegou a ser preso. Em janeiro de 2020, ele foi detido em um aeroporto nos EUA.
Um ano depois, agentes do FBI invadiram a sua casa em Cambridge e o prenderam por supostamente ocultar conexões com entidades chinesas ao solicitar subsídios federais para pesquisa.
Chen foi um das dezenas de pesquisadores (principalmente chineses) investigados pelo Departamento de Justiça dos EUA a partir de novembro de 2018, com o objetivo de combater a espionagem e o roubo de propriedade intelectual.