Ao discursar contra Israel, o presidente da Autoridade Palestina causou revolta em alguns jornais na Alemanha, após ter acusado o governo israelense de cometer "holocaustos" contra palestinos ao longo dos últimos anos.
Ao seu lado, Scholz não reagiu verbalmente ao comentário de Abbas no momento, embora tenha feito uma careta. Posteriormente, à imprensa, o chanceler alemão disse que o uso do termo em tal contexto era "insuportável".
Em uma declaração ao jornal Bild, Scholz comentou: "Especialmente para nós alemães, qualquer relativização do Holocausto é insuportável e inaceitável". Também durante a entrevista coletiva, Scholz disse que não acredita que chegou a hora de reconhecer unilateralmente o Estado palestino, condição que Abbas pediu repetidamente.
Em Jerusalém, o primeiro-ministro israelense Yair Lapid chamou os comentários de Abbas de "uma farsa moral" e "uma distorção terrível".
Ao mencionar os "holocaustos", Abbas estava respondendo à pergunta de um repórter sobre o próximo aniversário do massacre de Munique, que ocorreu há meio século. Na ocasião, onze atletas israelenses e um policial alemão morreram depois que membros do grupo militante palestino Setembro Negro fizeram reféns na Vila Olímpica, em 5 de setembro de 1972.
O líder palestino foi instado pela mídia a pedir desculpas ao povo alemão e israelense, porém Abbas respondeu citando as atrocidades cometidas por Israel desde 1947. "Se queremos rever o passado, vá em frente", disse ele.
"Tenho 50 chacinas que Israel cometeu, 50 massacres, 50 chacinas, 50 holocaustos", disse o líder palestino, segundo informações do The Times Of Israel.
Ao fim do encontro, diversas publicações criticaram as falas do líder palestino. O jornal Bild publicou uma reportagem com o seguinte título: "Escândalo antissemita na chancelaria federal". Der Spiegel, Welt, Junge Freiheit e outros meios de comunicação da Alemanha também publicaram manchetes, alguns criticando o silêncio de Scholz durante a coletiva de imprensa.