Panorama internacional

Fundo soberano da Noruega perde 14% de seu valor e aponta risco de 'ainda não termos visto o pior'

O maior fundo soberano do mundo sofreu uma grande perda no primeiro semestre de 2022, em meio à operação militar especial da Rússia na Ucrânia e as consequentes sanções antirrussas do Ocidente.
Sputnik
Nicolai Tangen, diretor do Fundo Petrolífero da Noruega, alertou os investidores sobre os anos difíceis que se avizinham depois que o maior fundo soberano do mundo registrou uma perda de US$ 174 bilhões (R$ 904,68 bilhões) no primeiro semestre de 2022, contou ele em entrevista ao jornal britânico Financial Times.
O diretor do fundo detalhou que no primeiro semestre do ano ele sofreu um prejuízo de 14,4%, o maior de todos os tempos, impulsionado por uma venda em todos os setores, exceto energia, disse em um comunicado. Em comparação, no ano anterior o fundo soberano ganhou 14,5%, quando os mercados dispararam à medida que as economias reabriam em todo o mundo.
De acordo com Tangen, o mais inesperado foi a perda de dinheiro "tanto em ações como em títulos".
"Os mercados não descem em linha reta, e estou preocupado que possamos ter tempos difíceis por um período prolongado. Existe o risco de ainda não termos visto o pior", disse Nicolai Tangen em um artigo publicado na quinta-feira (17).
Em uma coletiva de imprensa anterior, Tangen defendeu que o fundo agora é tão grande que as oscilações também são grandes.
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Segundo ele, os efeitos da inversão dos estímulos monetários e das baixas taxas de juros da crise financeira de 2008, juntamente com a pandemia, são tão grandes que ele previu mais alguns anos difíceis para os mercados.
O Fundo Petrolífero da Noruega foi criado nos anos 1990 para investir os lucros da indústria de petróleo e gás noruegueses, e é governado pelo banco central do país. No entanto, seus investimentos devem ser aprovados pelo Parlamento da Noruega. O fundo soberano possui o equivalente a cerca de 1,5% de todas as empresas listadas em bolsa no mundo.
Os preços mundiais da energia subiram rapidamente após as sanções multissetoriais impostas pelo Ocidente à Rússia, minando as cadeias de abastecimento e alimentando a inflação a nível mundial, que continua atingindo novos máximos e exacerbando a crise do custo de vida.
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