Diante do resultado das pesquisas de intenção de votos, o presidente, Jair Bolsonaro (PL), ainda se encontra com uma porcentagem abaixo da considerada boa por seus aliados. Além disso, o mandatário ainda trava uma batalha com o Judiciário, mesmo faltando menos de dois meses para o pleito deste ano.
Esse cenário estaria contribuindo para que seus colegas do Partido Liberal estejam "escondendo" ou mencionando "o mínimo que podem" o presidente em suas campanhas.
De acordo com um levantamento feito pelo jornal O Globo com 14 das principais candidaturas do PL aos governos estaduais e ao Senado, no Facebook, principal plataforma digital no país, os perfis de cinco candidatos citaram Bolsonaro em menos de 10% das suas publicações nos últimos três meses.
Segundo a mídia, os que tentam se eleger governador pelo PL, Cláudio Castro, no Rio de Janeiro, e Ronaldo Dimas, no Tocantins, são os que mais evitam compartilhar a imagem do presidente. Já no Senado, Romário (RJ) e os ex-ministros Flávia Arruda (DF) e Rogério Marinho (RN) são os que mais evitam se ligar a Bolsonaro. O ex-jogador fez apenas duas citações ao mandatário nos últimos três meses.
Arruda, que lidera a disputa no Distrito Federal, economiza nas menções a seu antigo chefe: foram apenas sete desde o fim de maio. E nos perfis de Marinho, as postagens sobre o presidente se tornaram mais escassas em agosto, apenas duas e nenhuma delas após o início da campanha.
Ao perceber tal movimento, o PL de Valdemar Costa Neto vai usar como estratégia "fechar a torneira" do fundo eleitoral. O líder do partido teria baixado uma ordem para todos os diretórios da legenda condicionando o acesso ao fundão ao compartilhamento de postagens com o presidente, relata a mídia.
O PL vai receber, de acordo com a divisão feita pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), R$ 288,5 milhões do fundo eleitoral. Em um vídeo que gravou para ser distribuído no Rio, Valdemar afirmou que o dinheiro é pouco para o tamanho que o partido tomou.
"O partido hoje triplicou de tamanho e continuamos com o mesmo fundo. Então é o seguinte: nós vamos repassar o dinheiro só para quem estiver na campanha com o Bolsonaro, com o Cláudio [Castro] e com o Romário. Precisa ter na propaganda os três. Nós vamos passar em partes, o dinheiro, e vamos ter esse controle. Isso é vida ou morte para nós", afirmou Costa Neto.
Ainda segundo o jornal, a mesma mensagem fio encaminhada aos diretórios em versão escrita.
Na última pesquisa Datafolha publicada na quinta-feira (18), o ex-presidente Lula mantém liderança na corrida presidencial com 47% e Bolsonaro vem em seguida com 32%, conforme noticiado.