Panorama internacional

Mídia ocidental explica por que política de sanções contra a Rússia deu errado

O desempenho econômico da Rússia e a cada vez maior crise energética na Europa revelaram toda uma série de problemas inesperados da política de sanções do Ocidente, afirmou o colunista do The National Interest Mark Episkopos.
Sputnik
Segundo salienta o autor, a economia russa registrou uma redução no segundo trimestre de apenas 4%, o que acabou por ser inferior ao esperado, enquanto o rublo não se desmoronou como em março previa o presidente norte-americano Joe Biden, se tornando uma das moedas mundiais mais fortes de 2022.
As autoridades russas têm implementado uma ampla variedade de esquemas de "importações paralelas", enquanto muitas empresas que abandonaram o mercado russo acabaram sendo substituídas por empresas domésticas, que oferecem produtos quase idênticos.
Nesse contexto, para o Ocidente "o maior desafio a longo prazo" segue sendo o fato de grandes potências econômicas mundiais (como a China e a Índia) terem recusado a se juntar ao regime de sanções, além de continuarem fortalecendo os seus laços comerciais e financeiros com a Rússia.
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"Tanto a Índia como a China ao longo dos últimos seis meses aumentaram as importações de energia da Rússia. […] Após os países ocidentais terem imposto sanções no início do ano corrente, os lucros da Rússia das exportações de energia, em vez de diminuírem, cresceram", escreve Episkopos.

Conforme diversos especialistas, podem passar anos até que os efeitos das sanções se manifestem plenamente. Contudo, mesmo neste caso, não há garantia alguma de que a recessão econômica seja de tais dimensões que possa provocar mudanças significativas na política externa russa.
"Os consumidores europeus, por sua vez, estão sofrendo com a disparada dos preços da eletricidade e calefação, enquanto as autoridades lutam para conter a crise energética causada por aquilo que os especialistas descrevem como um plano mal concebido da UE para eliminar gradualmente as importações de energia da Rússia", salienta o colunista.
Tendo em conta as informações de acordo com as quais a Alemanha já está à beira da recessão, tais tendências representam o risco de o Ocidente se dividir no que respeita ao apoio à Ucrânia antes que o regime de sanções afete a economia da Rússia, conclui Episkopos.
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Nesse contexto, o canal de televisão francês France 2 emitiu uma reportagem em que se afirmava que a economia russa está conseguindo resistir às restrições impostas pelo Ocidente.

"Entrar em um supermercado em Moscou é o mesmo que entrar em qualquer outro supermercado ocidental. As prateleiras estão cheias de produtos. Os clientes conseguem sem qualquer esforço encontrar mercadorias francesas ou garrafas de vinho europeu. O déficit, que há uns meses temiam certos cidadãos russos, não aconteceu", admitem os jornalistas.

Após o início da operação especial para desmilitarizar e desnazificar a Ucrânia, o Ocidente fortaleceu a pressão sancionatória contra Moscou. Muitos países anunciaram o congelamento dos ativos russos, tendo começado a elaborar métodos para rejeitar o petróleo, carvão e o gás russos. Tais medidas resultaram em problemas para a própria Europa e os EUA, tendo provocado o aumento dos preços dos alimentos e combustíveis.
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