"Nesta cúpula, a aliança, incluindo a União Europeia, adotou a posição oficial dos EUA, de acordo com a qual a Rússia deve ser enfraquecida até que deixe de poder efetuar ações de grande envergadura. Se pensarmos bem, isso significa que é preciso enfraquecer Moscou mais do que o Tratado de Versalhes enfraqueceu a Alemanha. Eles desejam minar o poder da Rússia de forma ainda mais séria – para que ela não possa conduzir negociações e usar a diplomacia", especificou Chomsky.
"É muito interessante seguir o que diz a mídia norte-americana. Nela, o que está acontecendo na Ucrânia está sendo chamado constantemente de conflito 'não provocado' (...) Se pesquisarmos no Google a frase ‘invasão não provocada do Iraque’, veremos que ninguém chama assim. No entanto, no caso da Ucrânia, deve-se chamar isso para disfarçar o fato de que foi claramente provocado conscientemente", sublinhou.
"Ainda há 30 anos – muito antes de Putin – muitos deram a entender que a adesão da Ucrânia à OTAN, uma aliança militar hostil, assinalaria que o limite foi atravessado, e nenhum líder russo o aceitaria. Nem Gorbachev, nem Yeltsin, nem Putin. Certos altos representantes dos EUA entenderam isso: George Kennan, Henry Kissinger, Jack Matlock, bem como o diretor da inteligência dos EUA William Burns. A partir dos anos 90, eles têm avisado os dirigentes norte-americanos de que as tentativas de incorporar a Ucrânia à OTAN seriam uma demonstração de imprudência e provocação", afirmou Chomsky.