Antes da visita de Nancy Pelosi a Taiwan, uma importante ligação feita de Pequim no dia 28 de julho fez tocar o telefone na Casa Branca, em Washington. Era o líder chinês, Xi Jinping, querendo falar com seu homólogo norte-americano, Joe Biden, para fazer um pedido: barrar a viagem da presidente da Câmara à ilha.
O telefonema – descrito por um alto funcionário norte-americano sob condição de anonimato ouvido pelo The Washington Post – seguiu uma miríade de avisos que autoridades chinesas fizeram aos homólogos dos EUA sobre o que a China poderia fazer em retaliação à visita de Pelosi à Taipé.
Entretanto, Biden teria dito a Xi que não poderia fazer muita coisa, explicando que o Congresso era um ramo independente do governo e que Pelosi, como outros ramos do Congresso, tomaria suas próprias decisões sobre viagens ao exterior, disse o funcionário.
O líder democrata também alertou seu homólogo chinês contra tomar ações provocativas e coercitivas se o presidente da Câmara viajasse para Taiwan.
A mídia relata que autoridades norte-americanas também se preocuparam com o momento da visita de Pelosi, mas que apesar do Departamento de Defesa, do Comando Indo-Pacífico dos Estados Unidos (USINDOPACOM) e de funcionários de segurança nacional da Casa Branca exporem os riscos, a presidente prosseguiu com a viagem, o que provocou uma resposta militar sem precedentes da China.
Na visão de Wang Wen, reitor executivo do Instituto de Estudos Financeiros Chongyang da Universidade Renmin da China, o comportamento agressivo dos EUA acelera reunificação de Taiwan à China.
"Com essa medida, os EUA estão acelerando a unificação e Pequim está mais confiante de que é preciso dar uma resposta firme. Talvez um dia nós venhamos a agradecer a Pelosi por acelerar a unificação da China", afirmou Wang, conforme noticiado.