Em outubro do ano passado, o governo israelense classificou os seguintes grupos como relacionados ao terrorismo: Addameer Prisoner Support and Human Rights Association, Al-Haq, Bisan Center for Research and Development, Defense for Children International — Palestina, Union of Agricultural Work Committees, e os comitês da União das Mulheres Palestinas.
Israel alegou que as organizações eram braços políticos da Frente Popular para a Libertação da Palestina, partido político palestino que tem uma ala paramilitar.
De acordo com o The Guardian, fontes confirmaram que Israel compartilhou dados de sua inteligência com seus parceiros dos EUA sobre a decisão de designar os grupos como relacionados ao terrorismo.
Entretanto, em suas próprias avaliações, a CIA não encontrou nenhuma evidência que apoiasse a posição israelense. Segundo o relatório da CIA, as acusações não dizem "que os grupos são culpados".
Os EUA não criticaram publicamente a avaliação de Israel, mas o aparato de segurança de Washington não listou nenhum dos seis grupos como grupos terroristas. Nenhuma outra organização de inteligência ocidental compartilhou a avaliação de Israel.
Omar Shakir, diretor da Human Rights Watch, disse ao The Guardian nesta segunda-feria (22) que "os EUA deveriam pedir muito claramente ao governo israelense para reverter essas designações e permitir que essas organizações continuem seu trabalho vital".
"A realidade aqui é que os EUA por muito tempo fecharam os olhos e, em alguns casos, até mesmo deram luz verde, abuso bastante sério do governo israelense", acrescentou.
A falta de apoio de governos estrangeiros em sua designação não impediu Israel de continuar a atacar os seis grupos. Na quinta-feira passada (18), os militares israelenses invadiram os escritórios, na Cisjordânia, de todos as organizações mencionadas.
Os soldados tomaram propriedades das instituições de caridade e fecharam as portas dos escritórios. O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Ned Price, confirmou após as incursões que Washington havia avaliado as evidências de Israel para as designações.