Vários políticos alemães da oposição estão defendendo a proibição da emissão de vistos Schengen para os russos, escreveu na segunda-feira (22) o jornal alemão Bild.
Bild citou em particular Dennis Radtke, um membro do Parlamento Europeu e legislador do partido da oposição União Cristã Democrática (CDU), segundo o qual, é "insuportável que os russos vão de férias para a Europa e gastam seu dinheiro como se nada tivesse acontecido".
Andrea Lindholz, legisladora da União Cristã Social (SCU, na sigla em alemão), o "partido irmão" da CDU, repetiu esse sentimento.
"O governo federal não deve ir novamente contra nossos parceiros europeus: a emissão de vistos turísticos para os russos deve ser suspensa. Trata-se de enviar sinais claros à população russa", afirmou ela.
Jurgen Hardt, porta-voz da política externa da coligação SDU/SCU no Bundestag, o parlamento alemão, também pediu a proibição da entrada de turistas russos na União Europeia (UE), mas defendeu apenas colocar na lista negra aqueles ligados a altos funcionários russos.
"Uma proibição indiscriminada de entrada para os russos que não são responsáveis pelos eventos [...] na Ucrânia não seria justificada", disse Hardt ao jornal, sublinhando que a população russa não deveria ser tratada como inimiga.
Em 8 de agosto, Vladimir Zelensky, presidente da Ucrânia, instou a UE a proibir a entrada a todos os russos no bloco, apesar de argumentar meses antes que só os que são a favor da operação militar especial da Rússia deveriam ter a entrada recusada. Os Países Bálticos e os da Europa Central intensificaram essas medidas desde então, as quais têm imposto a nível nacional desde 24 de fevereiro.
A França e a Alemanha têm se recusado até agora a apoiar tais iniciativas. O assunto será discutido na próxima reunião ministerial informal da UE, que ocorrerá em Praga, República Tcheca, em 30 e 31 de agosto.