"O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, e Scholz continuamente falaram sobre parceria, amizade, relações fortes e próximas [...], mas chegou o segundo dia da visita, surgiu o assunto do gás, e a eloquência do premiê canadense chegou ao fim", diz a matéria.
A autora adiciona que Trudeau, durante a coletiva conjunta com o chanceler Scholz, anunciou que o Canadá vai considerar um modelo de negócio para fornecer gás natural liquefeito à Alemanha.
"Traduzindo: com os preços atuais do gás, a exportação do Canadá para a Europa simplesmente não dá retorno, sendo incerta uma rentabilidade no futuro. Os fatos apontam que em um futuro próximo o gás do Canadá não substituirá as entregas da Rússia, pelo menos, para a Alemanha", acredita a observadora.
A jornalista ainda apontou que grandes depósitos canadenses ficam localizados no oeste do país, sendo bem mais fácil transportar gás de lá para a Ásia do que para a Europa.
"Para o gás canadense chegar à Europa, ele deve primeiro passar por todo o continente por gasoduto. Poderá isso acontecer rápido o suficiente? Mais do que duvidoso. É improvável que o combustível do Canadá atravesse o Atlântico neste ou no próximo inverno [do Hemisfério Norte]", resume a jornalista.
O colapso energético é prognosticado na Alemanha para o inverno devido à possível parada das entregas do gás russo. O ministro da Economia do país, Robert Habeck, repetidamente exortou os cidadãos a reduzir o consumo de energia elétrica para poupar o recurso.