Panorama internacional

Mídia: economias europeias estão caindo em recessão, 'e o pior ainda está provavelmente por vir'

Economistas citados pela agência Bloomberg apontam as pressões inflacionárias causadas pelos "custos de energia" como causadoras da redução de atividade econômica em muitos países da União Europeia.
Sputnik
A atividade econômica da zona do euro caiu em julho pelo segundo mês consecutivo, aumentando as expectativas do início de uma recessão, segundo a agência norte-americana Bloomberg.
Os níveis de inflação mais elevados em décadas podem estar contribuindo, escreveu na terça-feira (23) a Bloomberg, que apontou a indústria como principal causa da queda em agosto.
Os dados "apontam para uma economia em contração durante o terceiro trimestre", comentou Andrew Harker, economista da corporação S&P Global em uma declaração.
"A diminuição da produção está sendo vista agora em uma série de setores, desde materiais básicos e empresas de automóveis até empresas de turismo e imobiliárias, à medida que a fraqueza econômica se torna mais ampla por natureza", continuou ele, vendo agora uma provável recessão no terceiro trimestre nos 19 países da União Europeia que usam o euro como moeda e que compõem a grande maioria do bloco.
A Alemanha em particular registrou a maior queda na produção desde agosto de 2020 em meio à sua tentativa de reduzir a dependência do gás da Rússia, enquanto a França teve sua primeira queda em um ano e meio. Outros setores tiveram aumentos de atividade, mas "apenas marginalmente", segundo a S&P Global.
Panorama internacional
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"O PMI [Índice de Gestores de Compras, na sigla em inglês] composto da zona do euro sugere que a economia da união monetária está deslizando em direção à recessão sob o peso do aumento dos custos de energia, e o pior ainda está provavelmente por vir", avaliou David Powell, economista sênior da zona do euro, prevendo que isso não impedirá o Banco Central Europeu de aprovar um novo grande aumento das taxas de juros em setembro.
Quanto à inflação, ela aparenta estar atingindo um auge, mas uma eventual queda chegará tarde demais para apoiar uma maior demanda, aponta Harkel.
As taxas de inflação aceleraram nos países europeus depois que eles introduziram uma grande gama de sanções multissetoriais contra a Rússia por sua operação militar especial na Ucrânia, minando o comércio e as cadeias de abastecimento e aumentando consequentemente a escassez e os preços dos produtos e serviços na União Europeia.
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