O Fundo de Pensão do Governo na Noruega destina seus recursos para mais de 11 mil empresas e projetos em 69 países pelo globo, sendo o maior fundo soberano do mundo. Entretanto, entre 2019 e 2021, o fundo reduziu seus investimentos no Brasil em US$ 3,69 bilhões (cerca R$ 18,8 bilhões), segundo a coluna de Jamil Chade no UOL.
Em 2019, os escandinavos destinavam US$ 9,6 bilhões ao país sul-americano (R$ 49 bilhões), dos quais 10% seguiam para a Petrobras. Um ano depois, o valor foi de US$ 6,8 bilhões (R$ 34,7 bilhões). O período do desinvestimento do fundo em terras brasileiras corresponde ao tempo do governo Bolsonaro.
Se no final de 2019 os noruegueses destinavam 0,9% do fundo ao Brasil, a taxa caiu para 0,5% em 2020. Em 2021, o volume de investimentos voltou a cair. Ao final do ano passado, o fluxo foi de US$ 6 bilhões (R$ 30,6 bilhões) apenas 0,4% de todo fluxo de recursos do fundo norueguês mundiais.
No total, 151 empresas brasileiras contam com recursos ou investimentos dos noruegueses, incluindo bancos, empresas aéreas, varejo, transporte e saneamento.
Uma das empresas afetadas foi a Vale, depois de uma avaliação do risco que a empresa representa para "danos ambientais graves". "Foi recomendado que a Vale fosse excluída em decorrência de repetidas rupturas de barragens", explicou a entidade, em um comunicado naquele momento.
Ao contrário do que fez no Brasil, o fundo ampliou seus investimentos no restante do mundo, passando de US$ 1,1 trilhão (R$ 5,6 trilhões) em 2019 para US$ 1,4 trilhão (R$ 7,1 trilhões) ao final de 2021.
Procurado pelo portal, o fundo afirmou que não faria comentários sobre mercados específicos, mas indicou que seus fluxos seguiam também os índices da FTSE Global, que mede o desempenho das maiores economias do mundo e cerca de 9.000 empresas com ações nas bolsas.