A chefe da diplomacia britânica, Liz Truss, que está participando da corrida pelo cargo de premiê, afirmou que, caso necessário, estaria pronta para apertar o botão para lançar armas nucleares.
"Penso que é uma responsabilidade importante do primeiro-ministro. Estou pronta para fazê-lo", disse Truss ao discursar em Birmingham, respondendo a uma pergunta como ela se sentiria no caso de ter que tomar tal decisão.
A transmissão ao vivo estava sendo realizada no canal de YouTube Times Radio.
Na terça-feira (23), a edição norte-americana Politico publicou um artigo segundo o qual os Estados Unidos, junto com a maior parte da Europa Ocidental, vão reagir com um "ceticismo profundo" à possível eleição de Liz Truss como primeira-ministra do Reino Unido.
Segundo o Politico, as conversas com altos diplomatas e figuras próximas de governos de vários países do mundo demonstraram que "Truss não é uma escolha muito popular na arena internacional".
"Será recebida com um ceticismo profundo na maior parte da Europa Ocidental e na Casa Branca. Existem dúvidas sobre as relações com o novo governo australiano. É desprezada em Moscou e Pequim", diz a publicação.
"Temos uma impressão negativa, baseada não nas suas intenções, nas nas suas ações", cita o jornal as palavras de um diplomata de um grande país europeu. "Um novo líder é sempre uma nova oportunidade para a reinicialização, mas precisaremos ver se ela dará passos para recuperar a confiança, que é muito necessária", acrescentou.
Outro diplomata europeu disse que Truss "pareceria muito inconsistente do ponto de vista da União Europeia".
"O que ela tem mostrado desde que assumiu o cargo da ministra das Relações Exteriores, inclusive quando assumiu as negociações sobre o Brexit, é muito negativo", defendeu.
Além disso, a edição salienta que dois diplomatas entrevistados, representando países do Sul da Europa, expressaram as suas preocupações quanto à "impulsividade" de Truss nos assuntos internacionais, avisando que isso poderia ainda mais agravar a tensão na arena internacional.
Em 20 de julho, ocorreu no Reino Unido a quinta rodada de votação dos deputados do Partido Conservador para eleger o líder do partido, que também se tornará o (ou a) premiê do país. Em resultado da disputa eleitoral, dois candidatos são finalistas: a chanceler britânica Liz Truss e o ex-ministro das Finanças Rishi Sunak.
Na última rodada será eleito o vencedor, com a participação de todos os membros do Partido Conservador, que hoje em dia reúne cerca de 200 mil pessoas.
Boris Johnson, que substituiu Theresa May no cargo de primeiro-ministro em 2017, anunciou em 7 de julho a sua renúncia ao cargo de premiê e de líder do Partido Conservador britânico. Johnson segue na chefia do governo até que um novo premiê do país seja eleito.