"É preciso acabar com os compromissos militares excessivos de Washington perante outros países. Devemos reconhecer a nível bipartidário que os EUA não têm interesses vitais no Oriente Médio […] De modo semelhante, devemos deixar os europeus lidarem com sua segurança por conta própria", afirmou.
Segundo o especialista, a Casa Branca assumiu demasiados compromissos e muito em breve terá de o lamentar. O apoio à Ucrânia não vai levar a nada de bom a longo prazo, supõe Wertheim. Ao mesmo tempo, a preocupação excessiva dos EUA em relação aos países europeus os impede de "revelar o potencial militar europeu".
Desde 24 de fevereiro a Rússia tem conduzido uma operação militar especial para desnazificar e desmilitarizar a Ucrânia. Vladimir Putin declarou como seu objetivo "defender as pessoas que ao longo de oito anos têm sofrido intimidações e genocídio por parte do regime de Kiev". Segundo o presidente russo, o objetivo final da operação é libertar Donbass e criar condições que garantam a segurança da própria Rússia.
Nesse contexto, os países ocidentais se opuseram à operação militar russa, tendo começado a inundar a Ucrânia com armas. Nas vésperas, o presidente norte-americano Joe Biden anunciou que os EUA alocariam US$ 3 bilhões (R$ 15 bilhões) para ajuda militar à Ucrânia, o que representa o maior pacote de assistência militar norte-americana desde o início da crise ucraniana. Moscou, por sua vez, tem repetidamente declarado que o fornecimento de armas ocidentais apenas prolonga o conflito, enquanto os meios de transporte carregando armas se tornam um alvo legítimo para as tropas russas.