Andrés Manuel López Obrador (México), Luis Arce (Bolívia), Gustavo Petro (Colômbia) e
Alberto Fernández (Argentina), assinaram um documento conjunto em que condenam "estratégias de perseguição judicial para eliminar opositores políticos”.
Os chefes de Estado afirmam que o objetivo desta “perseguição” é afastar a vice-presidente da “vida pública, política e eleitoral, bem como enterrar os valores e ideais que ela representa, com o objetivo final de implantar uma modelo neoliberal”.
Os presidentes cobram "que sejam levadas em conta as conclusões do relatório da Relatoria Especial das Nações Unidas de 2019 que questionou a independência dos magistrados e advogados envolvidos em vários desses casos".
Pelas redes sociais, o presidente do Peru, Pedro Castillo, e a presidente de Honduras, Xiomara Castro, também manifestaram seu apoio à vice-presidente argentina.
O sociólogo Javier Calderón,
disse à rádio Telescópio, da Sputnik, que "
atacar Cristina Fernández tem o objetivo de limitar seu potencial eleitoral diante das próximas eleições, mas também busca disciplinar o governo para que se sintam impedidos de seguir as decisões dela durante esse um ano e meio que resta de gestão".
"Eles tentam tirar peso das opiniões da vice-presidente, tentam silenciá-la e que suas declarações não têm o eco que têm na sociedade argentina. Isso é muito perigoso e delicado", destacou.
Manifestantes tomaram as ruas da Argentina nesta quinta-feira (25) em defesa de Cristina Kirchner.
O Ministério Público da Argentina solicitou, na segunda-feira (22), uma pena de 12 anos de prisão contra Kirchner por um
suposto caso de corrupção envolvendo superfaturamento de obras públicas na província de Santa Cruz.
Cristina Kirchner é acusada de liderar um esquema ilícito de fraude para favorecer o empresário Lázaro Baez, que tinha uma relação próxima com os Kirchner. Baez é dono da Austral Construções, empreiteira fundada após a eleição de Néstor Kirchner e que mais venceu licitações para obras durante as gestões do ex-presidente. Segundo da denúncia, os crimes de superfaturamento de obras teriam ocorrido entre 2007 e 2015.
A partir de agora, Kirchner tem 10 dias úteis para apresentar sua defesa. O processo ainda pode levar vários meses, mas a expectativa é que o veredicto saia antes do final do ano.