O documento em vigor que regulava a situação em Donbass antes do início da operação especial russa na Ucrânia era o acordo Minsk-2, que regulamentava os passos para o desagravamento do conflito.
"Preparávamo-nos para a guerra, aliás, a preparação começou depois de 8, 9 de dezembro de 2019, quando o presidente Zelensky não concordou em Paris com as condições que nos propuseram a Rússia, França e Alemanha. Falando de forma simples, ele disse: 'Não, amigos, não haverá Minsk-3, vamos defender o nosso país'. No dia seguinte entendemos que a guerra de grande escala contra a Federação da Rússia era inevitável", disse Danilov ao canal de televisão NTA.
Conforme o funcionário ucraniano, a preparação começou a ser conduzida de forma "muito cautelosa", e é por isso que, passados 180 dias da operação especial russa, "estamos no nosso território".
Ao responder à pergunta do apresentador de televisão por que não foram anunciados os planos do governo e por que é que estas informações não foram divulgadas, Danilov disse que as autoridades não são obrigadas a avisar todo mundo e "assinar uma declaração".
"Se nós tivéssemos avisado vocês que amanhã haveria uma guerra, se não tivéssemos tido certos acontecimentos ocorrendo, hoje o inimigo já estaria em Varsóvia, Tallinn, Vilnius e em outras cidades", defendeu Danilov.
Desde 24 de fevereiro, a Rússia tem conduzido uma operação militar especial na Ucrânia. Segundo o presidente russo Vladimir Putin, o objetivo da operação é libertar Donbass, que ao longo de oito anos, a partir de 2014, "tem sofrido intimidações e genocídio por parte do regime de Kiev". Além disso, planeja-se efetuar a desnazificação e desmilitarização da Ucrânia, criando condições que garantam a segurança da própria Rússia.